Ao homem culpado,
Caído em pecado,
Correndo assustado
Por todos os lados,
O Deus onisciente
E sempre presente
Pergunta, clemente:
-Onde estás vivente?
O homem escondido,
Estando despido
(De folhas vestido),
Responde, sentido:
-Tua voz ouvindo
E medo sentindo,
Estou é fugindo
De Ti, Deus infindo.
Tremenda desgraça
Na história se passa:
Por um só, a raça
Em pecado se lança.
Surge, então, maldição:
No suor come o pão.
É a morte o quinhão,
De Deus separação.
-Onde estás, ó Adão?-
Penetra o coração
Como forte aguilhão,
Revelando, então,
A triste situação
De não ter comunhão
C'o Autor da Criação!
-Onde estás, ó Adão?
-Ó Adão, onde estás?
Quem, amor não falaz
Demonstrar é capaz
Senão o Deus da paz?
Ele que vem buscar!
Ele que vem falar!
Ele que vem salvar!
Ele que vem amar!
Ele veio-Jesus!
Deu a vida- na cruz!
Meu pecado tirou,
Minha culpa levou.
O temor já sumiu,
De vestes me cobriu.
Não há condenação,
Nunca mais maldição!
Diante desta obra
Que o Deus eterno fez,
O meu ser se dobra
Em sua pequenez,
E ao Deus tão santo
Em todo o proceder
Diz, com ousadia
E gratidão também:
-Tua é a glória,
A honra e o poder,
E a sabedoria,
Eternamente. Amém.
Gilberto Celeti