“As crianças devem receber uma atenção especial,
pois são o futuro de nossas igrejas,
não só das igrejas como de uma sociedade inteira”.
A maioria das pessoas conhece esta afirmativa e concorda com ela, no entanto ela não é vivida nas Igrejas em geral. O que é presenciado muitas vezes é o descaso e falta de responsabilidade com que o ministério infantil é tratado. Onde não há descaso e irresponsabilidade há falta de preparo e de recursos para que uma educação infantil de qualidade seja realizada.
O que fazer para mudar este cenário? Como podemos tratar e educar nossas crianças como devem ser educadas?
Estas perguntas não tem uma resposta objetiva e clara, contudo meu desafio aqui e dar instruções, ainda que superficiais, de como começar a vencer este problema.
Bruno Elias Menezes
1o - Noção de Ministério
O primeiro obstáculo que deve ser derrubado quando falamos ministério infantil é entende-lo como tal, ou seja, como ministério.
Atos 6.2-6 nos mostra que os discípulos foram escolhidos por Deus para um ministério. Em Efésios 4.11-12, Paulo mostra que uns foram chamados para apóstolos, outros para profetas, ensino etc. Enfim todos temos um chamados para um mistério específico e temos que encara-lo como tal.
Este é o ponto de partida, pois se você não é chamada(o) para este ministério então não pode realizado plenamente.
Pensando assim algumas coisas são esperadas das pessoas que são chamadas:
- As pessoas que são chamadas buscam orientação de Deus para seu ministério.
- As pessoas que são chamadas buscam dar o exemplo (se tornar padrão).
- As pessoas chamadas são submissas e dispostas a trabalhar
- As pessoas que são chamadas dão seu máximo.
2o - O Material
Após compreendermos o que é ministério e sabermos no que isso implica podemos então começar organizar o nosso trabalho como professores no ministério infantil.
O Material deve ser escolhido com muito critério, mas aqui não pretendo demonstrar como escolher o material a ser utilizado e sim demonstrar como utilizar o material disponível.
A seguir seguem algumas dicas de como aproveitar ao máximo o material disponível.
Pensar Criar Aperfeiçoar
Pensar:
Pensar exige tempo. Exige que nos debrucemos no material para compreende-lo e avaliar suas possibilidades. O resultado de pensar o material é saber o que ele pode nos oferecer.
Criar:
Quando já sabemos o que o material pode nos oferecer, podemos então criar novas ferramentas a partir do material existente para suprirmos nossa realidade. Criar é inventar.
Aperfeiçoar:
Quando pensamos e criamos nos aperfeiçoamos, pois quando realizarmos este processo uma segunda vez teremos mais elementos para realizar um trabalho melhor. Pensaremos com mais facilidade, criaremos com mais habilidade.
A revista não corresponde totalmente a sua realidade? Então faça adaptações, use a criatividade o importante é conhecer seus alunos e suas verdadeiras necessidades.
Conheça os alunos.
Quem são?
Como vivem?
Quem são seus pais?
Qual tipo de relacionamento tem em casa?
3o - Criatividade e Entusiasmo
A criatividade cresce!
Nossa criatividade cresce, quando começamos a exercita-la. É certo afirmar que algumas pessoas tem uma mente mais “fértil” que outras, mas muitas vezes isso não é herança genética e sim o resultado do exercício da criatividade a muito tempo.
A criatividade é o poder de “criar”, no entanto é um mito achar que “criar” é algo especifico de algumas pessoas, ou que cria-se a partir do nada. As pessoas que são geneticamente mais inclinadas para a criatividade terão uma facilidade maior em criar, mas isso não quer dizer que só elas tem habilidades para criar, o que somente elas podem criar. Nada se cria do nada, para criarmos alguma coisa precisamos partir de algum ponto existente, ou seja, da observação do que já existe. Desta forma qualquer pessoa pode criar, basta aprender a observar o que já existe.
Segue alguns passos para aprendermos a criar:
Observar Avaliar Equalizar Criar/utilizar
Observar:
Observar é notar aquilo que dá certo em outras realidades. Realmente é observar aquilo que achamos “legal” e poderia ser aplicado ao nosso ministério.
Avaliar:
Depois de observamos devemos avaliar até que ponto aquilo que achamos “legal” para nosso ministério é realmente algo aplicável.
Equalizar:
Na maioria das vezes uma avaliação correta chega a conclusão que nem tudo o que foi observado é aplicável, ou até mesmo possível naquele determinado momento. Muitas vezes o observado depois avaliado resulta em poucas idéias que realmente podem ser utilizadas. Então devemos equalizar estas idéias ao nosso contexto para que elas sejam aplicáveis, e realmente possam ser utilizadas no mistério.
Criar/Utilizar:
Depois de equalizar observaremos que as idéias aplicáveis não dão conta de toda a realidade existente pois se vierem sozinhas poderão atrapalhar mais do que ajudar. Então após observarmos, avaliarmos, equalizarmos, ao juntarmos estas informações então podemos então criar algo novo.
Este novo será a junção das idéias aplicáveis com a realidade existente. O novo pode mudar totalmente a realidade existente no ministério ou aperfeiçoa-la.
Após o trabalho de criação estar concluído então podemos utilizar aquilo que foi criado, aqui podemos ter algumas surpresas , pois o “ser criado” pode não ser assim tão bom quanto o planejado ai devemos começar o processo novamente.
No começo o processo de aprender a criar pode parecer apenas que copiamos de outras pessoas no entanto quando mais vezes este processo é repetido mais informações e habilidades adquirimos o que nos possibilita criar algo totalmente novo.
O Entusiasmo está relacionado com seu chamado!
Fazemos com entusiasmo aquilo que gostamos. Para trabalhar no ministério infantil o entusiasmo é muito importante, pois sem ele não conseguiremos acompanhar o ritmo “exaustivo” que o ministério nos pede.
Aqueles que não tem chamado para o ministério infantil dificilmente conseguiram manter-se entusiasmadas frente as dificuldades e não aguentaram este ritmo “exaustivo”, assim vindo a desistir o realizar o trabalho de forma pífia.
4o - A Aula
Pré-Aula:
Este momento eu considero o mais importante, pois é aqui que saberemos se nossa aula será boa ou ruim. É neste momento que nossa aula toma forma.
Segue alguns passos para que uma boa aula seja elaborada.
Estude Pense Ore Trabalhe
Estude:
Você tem o material em mãos e também a responsabilidade de ensinar, assim estudar deve ser uma rotina, pois só conhecendo bem o conteúdo de sua aula você o pode ensinar de forma convincente.
Pense:
Somente ler o conhecer o conteúdo do material não basta é preciso refletir sobre seu conteúdo, e suas possibilidades, até corrigir algo que seja abordado de maneira errônea pelo material utilizado.
Ore:
Não podemos nos esquecer estamos cumprindo nosso ministério que foi dado por Deus, então devemos pedir a ele orientação e sabedoria para que as pequenas vidas que estarão em nossas mão sejam plenamente edificadas.
Trabalhe:
Após estudar, pensar, e orar comece a elaborar sua aula conforme a sugestão do material e conforme a maneira de ensinar que você criou para aquele determinado assunto.
Seguindo estes simples passos você conseguirá material suficiente para elabora um boa aula.
Trabalhos extras:
Pique-niques, concursos, teatros e apresentações, filmes, sempre incrementam a aula e ajudam a fixar o conteúdo proposto. Além disso essa atividades diferencias ajudam o aluno a estar mais motivado.
Aula:
A aula é a conseqüência de uma trabalho bem feito anteriormente, mesmo assim temos que observarmos algumas coisas durante as aulas.
Um objetivo Central:
Geralmente as revista trazem um objetivo central. É preciso defini-lo para que as aulas caminhem em um mesmo sentido. Desta forma ao final de um período podemos esperar que uma determinada quantidade de conhecimento sejam assimiladas pelas crianças
Qual é a necessidade das crianças?
As crianças têm uma serie de necessidades, resta a nós professores realizarmos uma avaliação cuidadosa para sabermos qual é a principal delas, e então utilizar-se das aulas para supri-las. Isso é importante durante a aula, pois as crianças mudam de humor e disposição dependendo do dia, assim certos tipos de atividades não devem ser realizadas ou realizadas de outra maneira.
Fale do tema pontualmente a aula toda:
Nossas aulas tem um tema, um objetivo a ser alcançado, ajuda muito repetir e fazer com que as crianças repitam durante a aula aquilo que desejamos fixar.
Seja claro e dinâmico:
As crianças não trabalham com o abstrato, então devemos falar de uma maneira que elas possam entender. Sejamos também dinâmico para que elas prestem atenção na mensagem que é ensinada.
Nunca subestime as crianças:
Não subestimemos a capacidade cognitiva e motora das crianças elas podem muito mais do que você imagina.
Traga-as ao seu convívio:
As crianças devem se sentir como suas amigas e você deve trata-los como tal.
Firmeza e Amor:
Como professores cristãos o amor deve reger nossas atitudes, no entanto é preciso fugir de um vicio de muitos dos nossos alunos de E.B.D.: “Agir com amor não é necessariamente ser Papai Noel o tempo todo”. A maioria dos alunos tem a mentalidade de que o professor que ama é aquele que trata com carinho exagerado, que não “dá bronca”, que brinca etc. Talvez porque nós professores muitas vezes deixamos que esta mentalidade crescesse e se desenvolve-se, quando somos duros demais o tempo todo ou carinhosos demais o tempo todo o correto e unir Amor e Firmeza. Tratar com carinho e ser duro quando for necessário vai criando uma nova mentalidade no aluno ele vai saber que nós professores o amamos, mas que ele também deve nos respeitar.
Pós-Aula:
O trabalho com ministério infantil não acaba quando a aula acaba, após a aula é preciso manter um acompanhamento do aluno durante a semana.
Abaixo segue alguns passos que podem nos ajudar:
Manter dialogo com os Pais:
Os pais agora têm papel muito importante, pois eles passam mais tempo com as crianças do que nós professores, por este motivo é muito importante que o professor mantenha um bom dialogo com os pais dos alunos para que estes durante a semana possam continuar o trabalho que você iniciou.
O dialogo com os pais não visa somente as continuidade do ensino visa também resolver problemas de comportamento do próprio filho. O dialogo aberto com os pais sobre o comportamento do filho em sala de aula pode evitar transtornos para o nós professores durante a aula.
Quanto ao comportamento existem casos extremos que nós professores não podemos resolver neste caso o Pastor deve ser informado e com sua ajuda o problema deve ser tratado.
Visitar famílias dos alunos:
Visitar o alunos é de grande valia para conquista-los principalmente aqueles que não gostam muito do professor e aqueles que são influentes dentro de um grupo de crianças.
A visita aos alunos também ajuda a conhecer seu cotidiano de vida o que pode elucidar muitas atitudes que ele toma em sala de aula.
Conhecendo o cotidiano de vida dos alunos poderemos tomar posturas em sala que venham a ser mais eficazes, pois conhecemos mais a fundo como a criança é.