"Em momento de tristeza e sofrimento,
o nosso Deus se posiciona bem perto de nós."
II Coríntios 1: 3 a 11
Nasci e fui criado durante os anos finais da Segunda Guerra Mundial. Foram anos difíceis e os recursos eram bastante limitados. Meus pais não podiam pensar em comprar uma casa própria, menos ainda um automóvel e nossos principais presentes consistiam em livros, basicamente biografias e autobiografias missionárias.
Esta segunda carta de Paulo à igreja de Corinto me parece ser como um desses escritos autobiográficos. Descobrimos um homem que é gente como a gente. A sua vasta experiência tão variada permite que haja uma identificação nossa, aqui e ali, com as dificuldades vividas por ele.
O que é interessante observar, contudo, é que não o encontramos chorando as mágoas ou lambendo as feridas. Pelo contrário, em meio aos sofrimentos ele experimenta o "Pai de misericórdia e Deus de toda consolação ( vs. 3 ). De fato, nos primeiros cinco versículos deste nosso trecho ele repete de várias maneiras um termo que traduzido seria "chamado ao lado de". Podemos ter certeza de que, em momentos de tristeza e sofrimento, o nosso Deus se posiciona bem perto de nós.
Recentemente, quando perdi meu filho de 45 anos, nosso Pai celestial fez justamente isto de várias maneiras. Na noite em que ele foi internado no hospital, mais de 30 pessoas de sua igreja local cercaram a minha nora e a minha filha e suas respectivas famílias. Quando o médico entrou numa sala reservada para familiares, ele pediu para falar com a família imediata - e todos ficaram de pé. Surpreendido, o médico perguntou a minha nora: "Todos são família?'' . Ela deu uma olhada e disse: "Sim, todos."
Minha nora, que naquele momento era a única sustentadora da família, ficaria longe de seu emprego durante toda aquela semana. As irmãs da igreja assumiram as casas que ela costumava limpar e ainda passaram o dinheiro para ela. Outras irmãs trouxeram três refeições por dia para que pudéssemos passar o tempo todo no hospital. Jovens vinham diretamente da escola para fazer companhia aos meus netos. Sem dúvida, era o Pai celestial sendo "chamado ao lado de" cada um.
Outra coisa que me impressiona neste texto é ver as razões oferecidas por Paulo para explicar a presença do sofrimento em nossas vidas:
1) "para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia" ( vs. 4 )
2) "para que não confiemos em nós e sim no Deus que ressuscita os mortos" ( vs. 9 )
3) "para que, por muitos, sejam dadas graças a Deus a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos" ( vs. 11 )
Paulo acrescenta o seguinte desafio:
"A nossa esperança a respeito de vós está firme,
sabendo que,
como sois participantes dos sofrimentos,
assim o sereis da consolação."
( vs. 7 )
Será que o Pai celestial o tem "chamado ao lado de " alguém que sofre?
Pr. Gavin Levi Aitken
-O Evangelista de Crianças-2011
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