Dia 4 - 1Pedro 1:13
Êxodo 4:1-9
Recentemente, enquanto arrumávamos um armário em casa, minha mulher e eu nos deparamos com uma coleção de antigas anotações de sermões , de quando comecei a pregar. No começo de tudo eu andava de um lado para o outro e gravava a mensagem em um pequeno gravador de mão e tocava para que pudesse ouvir como iria soar e, ás vezes, caso não gostasse, o processo seria começar tudo de novo. Ao olhar àqueles materiais antigos fui instantaneamente transportado de volta dezesseis anos no tempo, aos dias onde eu ficava fisicamente mal antes de entrar em um palco. Eu me identifico com o Eminem vomitando no banheiro de um clube antes da primeira batalha de hip-hop em 8 Mile – Rua das Ilusões. E não era o espaguete da minha mãe (eu nunca poderia pregar com algo tão pesado no estômago), mas quase sempre eu acabava ficando com ânsia antes de falar, e foi assim durante um ano, mais ou menos. Eu tremia, me sentia tonto e absolutamente aterrorizado de que me desse branco quando eu fosse lembrar os pontos-chaves de minha mensagem. Normalmente me sentia melhor depois de vomitar e sempre, instantaneamente, me sentia melhor no momento que subia no palco. Todo o nervosismo se dissipava e eu acabava fazendo o que nasci para fazer, só era agonizante chegar lá. O negócio é o seguinte. A ponte entre toda essa prática e a performance é a rotina pré-jogo. O mesmo se aplica praticamente a qualquer empreitada. Você tem que vencer a guerra interna antes de vencer a guerra externa.
Agora, eu nunca falo antes de passar por um ritual importante, que envolve me ajoelhar em oração, admitindo minhas fraquezas, para que eu possa entrar na força de Cristo. Algumas coisas que tenho integrado na minha preparação vêm da vida atlética.
Os melhores atletas sabem como ficar quietos quando estão se preparando para competir. O brasileiro Pelé é considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Em seu livro, "Mental Gym", Gary Mack entrevistou Pelé sobre seu ritual de jogo antes do jogo. Ele ia para o vestiário e pegava, não uma bola de futebol, mas uns dois travesseiros e ia se deitar em algum lugar, totalmente sozinho. Ele colocava um travesseiro embaixo de sua cabeça e o outro, sobre seu rosto. Isso é bem esquisito, mas fica melhor. Ele disse que, dentro de sua mente, retornava à infância e se imaginava jogando futebol na praia, porque foi lá que começou a amar o jogo. Ele não jogava por dinheiro, ele jogava porque amava o esporte. Então, avançava e começava a se lembrar de momentos de destaque da sua carreira. Ele imaginava os melhores momentos, quando havia jogado exatamente como queria. Depois de assistir a todos esses grandes momentos em sua carreira, ele avançava para o que havia vindo fazer, o motivo pelo qual estava no estádio. E então, ele começava a pensar sobre como queria jogar e começava a sentir que estava assistindo a si mesmo no cinema da sua mente, fazendo o que veio para fazer. Daí, ele se levantava, se juntava ao time, se alongava e estava pronto para entrar no estádio com uma força imbatível. Ele ficava relaxado e calmo — ele já havia se assistido ganhar, agora tudo o que restava era colocar em prática.
Quando li isso, imediatamente pensei no que Pedro disse. Ele escreveu, “Portanto, preparem sua mente para a ação e exercitem o autocontrole.”
Eu vejo isso em Moisés. Ele sabia o que tinha que fazer. Criar uma nação a partir de escravos, unir clãs, trazer o povo de Deus para a terra prometida. Mas ele não estava improvisando. Ele havia recebido instruções: bastão para cobra, mão para lepra, água para sangue, e ele fez isso duas vezes antes de chegar na corte do faraó no dia do jogo. Ele preparou sua mente para agir e ter certeza de que tinha tudo pronto.
Quando se trata de desvendar tudo o que Deus colocou dentro de você, não podemos ignorar o preparo. E se, ao invés de chamar o tempo com Deus pela manhã de "hora do silêncio", por quê não chamar de preparo para o jogo? Pare um pouco, respire, ouça a Deus e fique um tempo em Sua palavra, e deixe a verdade Dele ser derramada em você.
Não importa o que está na sua frente hoje, seja um estádio cheio de gente para quem você vai jogar, um lançamento de foguete para Marte, uma sala de estudantes para quem você vai falar ou uma criança que você vai cuidar, a verdade é esta: Você não está pronto para encarar o jogo até estar com o espírito no jogo.
Pergunte a si mesmo:
Que coisas eu tiraria da rotina matinal para poder começar meu dia com força? Que coisas eu deveria acrescentar?
O que Deus colocou dentro de mim que pode estar sendo impedido de surgir por eu não preparar minha mente para a ação?
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