sexta-feira, 4 de setembro de 2015

* "A Dor"

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Tu nos escolhes,
ao nascer,
e é em vão lutar contra ti.
Nunca vencida,
a vida universal,
sempre gemendo,
está sujeita ao férreo jugo de tua mão.

Ai!
Se na imensidão teu soberano poder,
sobrepondo-se ao ouvido,
o pranto condenasse que há vertido
desde sua origem a linhagem humana;
Se a lobrega nuvem rebentasse
e sob sua espantosa pesadez
em chuva torrencial se desatasse,
tocando o mundo
em seu derradeiro dia,
o dilúvio de lágrimas,
o cume dos mais altos montes sobraria.

Quem de ti escapa?
Quem teu castigo evita?
Quem se esconde à tua mirada?
Desde que o homem empreende sua jornada,
do barco ao sepulcro,
vai contigo.

Mas não com torpe língua te maldigo,
oh dor!
cuja força inconstratada,
cujo Deus tirou o mundo do nada,

Tiras do mal a luz
que adoro e sigo.
Forte artista que lavras Tua escultura,
o bloco humano sem piedade golpeias
e o bem arrancas
de sua entranha dura.

Chis´pas de teu pincel
são as ideias com que iluminas
nossa noite escura
quando tuas obras imortais crias.



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