quinta-feira, 18 de agosto de 2016

* "A CORRIDA"

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          Todos os corredores já estavam prontos para a partida. Cada um deles pensava em ganhar a corrida ou, se não fosse possível, ficar entre os primeiros. Os pais observavam e animavam os filhos, e cada filho esperava mostrar aos pais que ele seria o ganhador.
          Soou por fim o apito e os corredores largaram com o coração agitado. Ganhar e ser herói naquela manhã era o desejo de cada jovem.
          Um menino destacou-se do pelotão e tomou a dianteira. Saber que seu pai estava ali, observando-o, punha asas em seus pés. Ganharia e seu pai ficaria orgulhoso dele.
          Não viu uma raiz levantada no chão, tropeçou, e o menino que era o primeiro na corrida caiu de bruços em meio às risadas da multidão. Com ele, caíram também suas esperanças. Já não seria o ganhador.
          Então viu o rosto carinhoso e radiante do pai animando-o a continuar. Se este ainda acreditava que ele pudesse ganhar, faria um esforço extraordinário e conseguiria a vitória.
          Estava já recuperando alguns postos, porém voltou a cair. Agora, a humilhação e a vergonha eram maiores. Perdera a corrida e estava perdido como corredor. Mas entre a multidão que ria, procurou e encontrou o rosto do pai e seu olhar penetrante lhe dizia com esperança e com carinho: “Concentre-se e ganhe a corrida.”
          O menino levantou-se de um salto e tentou de novo. Com grande esforço, conseguiu encurtar a distância, e, uma vez mais, escorregou e caiu definitivamente derrotado no chão.
          Não tinha sentido continuar tentando ganhar a corrida. Ele se retiraria e enfrentaria dolorosamente a desilusão do pai e as vaias da multidão.
          Então escutou a voz decidida de seu pai: “Levante-se e tome o seu lugar. Você não pode e nem deve retirar-se. Levante-se e ganhe a corrida. Você ainda não perdeu. Para ganhar, você só precisa levantar-se cada vez que cair”.
          O menino levantou-se e começou a correr com todas as suas forças. Sabia que não poderia ganhar, nem mesmo chegaria entre os primeiros, mas continuaria até o final mesmo que caísse de novo.
          O ganhador foi aclamado quando cruzou a linha de chegada. Com a cabeça erguida, orgulhoso, feliz: sem cair, sem percalços, sem desventuras. Triunfante.
          E quando o jovem que caíra cruzou a linha de chegada em último lugar, foi o mais aclamado pela multidão por não render-se e terminar a corrida. Quase parecia que fora ele quem ganhara a corrida. Esperavam-no os braços satisfeitos do pai, que o receberam como a um campeão.
          – Não me saí muito bem – disse o jovem com tristeza.
          – Para mim, você ganhou – disse-lhe o pai.
          – Você se levantou sempre que caiu e continuou a correr sem render-se.
          Viver é lutar: Para ganhar; é preciso saber perder e continuar tentando. A maior glória não consiste em não cair, mas em erguer-se sempre que se cai. As dificuldades forjam o coração. Os problemas podem ser extraordinários desafios para superação. Podemos transformar o erro numa maravilhosa oportunidade de crescimento.
        Ensine seus filhos a serem constantes no esforço, a vencer-se e dominar-se, a forjar sua vontade e seu coração.


Antonio Pérez Esclarin - Educar Valores e o Valor – Parábolas ( adaptado)
Colégio Santo Antonio de Lisboa


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