sábado, 22 de abril de 2017

"O Livro de Deuteronômio"


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O título do livro
          Na versão hebraica original, o Deuteronômio ê denominado: “Eis as palavras” (cap. 1:1). Não é de admirar, pois, que toda a ênfase do livro esteja sobre as palavras de Deus, reclamando para elas confiança e obediência.

O tema e a época
          Enquanto o livro de Números descreve os acontecimentos da história de Israel, que se deram durante 38 anos de peregrinação no deserto, o Deuteronômio começa seu relato no 11º mês do 40º ano após a saída do Egito (1:3).
          Moisés sabe que não atravessará o Jordão. Na véspera de sua morte, antes de transmitir seu testamento espiritual (cap. 28-34) ao povo, reúne-o para lembrar-lhe as intervenções de Deus durante sua viagem (cap. 1:11), bem como as instruções do Todo-Poderoso (cap. 12-27).

A finalidade do livro
          Deuteronômio é a palavra grega que significa “segunda lei”. A nova geração que ia entrar em Canaã não era nascida quando os dez mandamentos e as outras ordenanças da lei foram promulgadas no monte Sinai. Esta repetição não é, pois, supérflua. Ela foi um enriquecimento para a nova geração de Israel… Meditar nela será igualmente um grande enriquecimento para a juventude, que é convidada a ler esse livro magnífico.

Uma advertência aos conquistadores de Canaã
          Verificamos logo que há alguma coisa de patético nas exortações do grande legislador: ele não entrará no país da promessa, mas está tão perto de Deus que o futuro não lhe escapa; sabe que o momento de sua morte se aproxima, e que depois de sua partida, o povo esquecerá seu ensinamento, abandonará o Senhor e se corromperá na idolatria.
          Israel conquistará Canaã, mas Canaã também conquistará Israel, impondo-lhe seus falsos deuses; seguir-se-ão séculos de desobediência e apostasia. Essa perspectiva explica a insistência de Moisés e seu constante convite para uma decisão ao lado do Senhor; mostra também por que, no Deuteronômio, as maldições parecem eclipsar as bênçãos (cap. 28), tendo aí as notas negativas sempre um grande lugar (cap. 27).

A carta do futuro do povo de Israel
          Mas o Espírito Santo vai mais longe nesse livro: toma o cuidado de estabelecer as bases morais e espirituais de toda a história judaica. Quando Israel puser em prática a Palavra de Deus, conhecerá a prosperidade; quando se afastar dela, virão as infelicidades, as perseguições, o exílio e o anti-semitismo com tudo o que ele traz. Os princípios estabelecidos pelo Deuteronômio têm sido provados através dos séculos na sobrevivência milagrosa do povo eleito.

Uma bênção em Jesus Cristo
          Contudo, a divina solução para tanto sofrimento reside na Pessoa do Messias, apresentada em particular em Deuteronômio 18:15-20; a Palestina é o cenário em que Ele Se manifestará, quando as doze tribos receberem cada uma a bênção particular anunciada por Moisés em Deuteronômio 33.

Um paralelo com o Novo Testamento
          Observação importante: o 5º livro da Bíblia aplica-se a nós também. Os perigos dos israelitas na entrada de Canaã são os nossos. Além disso, nenhum livro do Velho Testamento é tão citado pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
          O apóstolo Paulo, por sua vez, emprega a linguagem de Moisés, dirigindo-se aos Efésios: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um” (Atos 20:29-31).
           Como vivemos num período da história em que os perigos são muito graves, tomemos maior cuidado com as palavras do grande profeta de outrora: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência”, Deuteronômio 30:19-20

Glossário

6,19; 4:10; 5:2; 9:8
Horebe – Designação do monte Sinai onde Deus deu Suas Leis (confira Êxodo 17:6 e 19:2).

11:10
Com o pé a regáveis – A água devia ser conduzida por pequenos sulcos abertos com os pés.

14:7
A lebre… que rumina – Tradução Inexata da palavra hebraica “arnebeth” mencionada somente aqui e em Levítico 11:6, designando um animal desconhecido eventualmente uma espécie desaparecida hoje.

16:13; 31:10
A festa dos tabernáculos – Uma vez instalados em Canaã, os israelitas deviam viver 7 dias por ano debaixo de tendas, em memória dos 40 anos no deserto. Essa celebração era chamada festa dos tabernáculos ou festa das tendas (Levítico 23:39-43; Neemias 8:14-18).

24:6
A mó de cima – Os moinhos a braço eram formados de duas mós: a de cima era móvel, a de baixo era fixa. Era usada diariamente para a preparação do pão.

24:9
O que o Senhor… fez a Miriã – Ver Números 12.

25:3
Quarenta açoites… não mais – Esta restrição explica a experiência do apóstolo Paulo descrita em 2 Coríntios 11:24.

25:14
Um efa – Medida de capacidade utilizada sobre tudo para o grão (Êxodo 16:36; Juízes 6:19; Rute 2:17). Corresponde ao bato (Ezequiel 45:11), medida de capacidade utilizada para os líquidos (mais ou menos 35 litros).

27:2
Pedras grandes, e as caiarás – Este capítulo profético de Moisés realizou-se quando da conquista de Canaã (Josué 8:30-35).

29:18
Raiz que produza erva venenosa e amarga – Imagem retomada no Novo Testamento para descrever a infecção e a perturbação provocadas por raízes de amargura (Hebreus 12:15).

31:2
Já não posso sair e entrar – Andar à vossa frente, ser vosso chefe.

33:8
O Tumim e o Urim – “Perfeição” e “Luz”: objetos de natureza desconhecida, que faziam parte da veste do sumo sacerdote; os nomes das tribos de Israel estavam aí gravados; naqueles dias em que ainda não podia ser consultada a Palavra escrita, era suficiente ver sobre o Urim e o Tumim um reflexo luminoso particular para que fosse interpretado como sendo a resposta do Senhor (Êxodo 28:30; Levítico 8:8; Números 27:21; 1 Samuel 23:9 e 28:6; Esdras 2:63, etc).

Por J. H. Alexander

de : www.universidadedabiblia.com.br



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