"Meus filhos escorregaram de minhas mãos".
Marcos 6:50
E foi pensando nisso que entendi: estamos todos no mesmo barco de Abdullah Kurdi. Um barco açoitado por ondas bravias e ventos impetuosos, lotados de pais desesperados, tentando salvar seus filhos das drogas, da gravidez na adolescência, do alcoolismo, da mentira, da violência urbana, das más companhias e da perdição eterna.
Olhamos para a foto de Aylan, morto na praia, e nos emocionamos ao pensarmos na hipótese de, se no lugar dele, estivesse um filho, neto ou sobrinho. A dor é tão grande que nos esquecemos que, pior, incomparavelmente pior, é a morte eterna. Nossos filhos não podem escorregar das nossas mãos. "Não geramos filhos para povoar o inferno". Eles foram entregues a nós pelo Senhor e nós iremos entregá-los de volta ao Pai (Nosso).
Quando os filhos começam a escorregar das nossas mãos?
1) Quando não oramos por eles e com eles.
2) Quando nossas atitudes negam as nossas palavras.
3) Quando permitimos que eles desobedeçam a Deus, de forma sistemática, dentro das nossas casas.
4) Quando não colocamos limites para suas ações e palavras.
5) Quando confundimos fidelidade com cumplicidade.
6) Quando existem tios demais e pais de menos.
7) Quando terceirizamos para a igreja o ensino bíblico.
8) Quando não temos tempo para ouvi-los.
9) Quando qualquer desculpa é aceita para que eles se ausentem da igreja.
10) Quando ensinamos nossos filhos a decidirem por dinheiro.
Onde estava Deus quando Aylan caiu no mar? Ele está onde sempre esteve. Antes mesmo do soldado carregar seu corpo frio na praia turca, o Senhor já o havia levado no colo para casa.
Onde está Deus agora, quando o barco da nossa casa está açoitado por ventos e ondas tão ameaçadoras, e nossos filhos estão escorregando das nossas mãos, prestes a caírem no mar? Ele está onde sempre esteve, pronto para vir ao nosso encontro, andando por cima das ondas, enfrentando ventos impetuosos e dizendo : "... não tenham medo, coragem ... sou Eu ... " (Marcos 6:5)
Pr. Marcelo Gualberto
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