quinta-feira, 17 de setembro de 2015

* "Emaús"

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          Jesus, bendito seja o teu amor imenso,
          Bendita a tua adorável providência,
          e a tua infinita sabedoria,
          porque quiseste falar aos teus amigos
          no silêncio daquela casa em Emaús,
          na solidão de uma tarde triste e fria!

          Quando a tristeza, o desespero, a desconfiança
          apagaram as luzes da esperança
          no coração daqueles teus discípulos,
          o teu amor chegou para acender
          em meio às trevas um grande facho de luz.
          E, quase cegos, ao esplendor de tua presença,
          os teus amigos não souberam fazer mais
          que exclamar agradecidos: Jesus!...

          Hora feliz, hora sublime a que escolheste
          para falar àqueles corações!
          No silêncio misterioso de uma dor
          o teu carinho de amigo apresentou-se,
          e, num momento, desfez as aflições.

          A minha alma também, Mestre divino,
          (esta alma que tão bem conheces)
          vive num contínuo entardecer.
          E muitas vezes, como os teus discípulos,
          meu coração, aflito e preocupado,
          tua presença nem chega a perceber
          o sol esplêndido, divino de tua graça
          foi posto ao lado, no horizonte de minha alma,
          pelos cuidados e preocupações.
          E quase já não brilha, oculto como está
          em meio as nuvens densas e sombrias
          de tantas misérias e aflições!

          Vem, Senhor, ficar comigo alguns momentos,
          nesta tarde cheia de melancolia!
          Vem provar comigo a agonia
          que penetrou no fundo do seu coração!
          Vem sentar-te também à minha mesa,
          já é tarde... é a hora da ceia...
          Prova os manjares da minha grande pobreza,
          tem o gosto da dor, da amargura.
          Bebe depois comigo algumas gotas
          nesse cálix de minha pobre vida,
          pobre de consolos e doçuras...

          A mesa será parca, amargos e manjares,
          e a bebida - um cálice de dor.
          Mas no momento em que eu notar tua presença,
          hei de seguir-te ouvindo, noite a dentro...
          Vem falar- me nesta noite, Senhor!...


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