sexta-feira, 31 de março de 2017

"O Livro de Gênesis"

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Título do Livro

          O título “Gênesis”, que significa literalmente “começo” e vem da palavra grega “γενέσις[1]”. Esse título foi dado ao livro pela tradução grega do Velho Testamento, chamada Septuaginta[2]. O título hebraico para esse livro é retirado das primeiras palavras do livro: “berēshith” e significa “no princípio”. Esse título é certamente apropriado, pois além de demonstrar o princípio do universo, do homem e do povo de Deus, Gênesis também “prepara o terreno para a plena compreensão da fé bíblica[3]”.

O Autor do Livro[4]

          Enquanto nenhuma declaração é dada sobre quem teria escrito esse livro, a tradição sempre tem dito que o autor desse livro é Moisés. Evidências para isso tem-se encontrado:

         (1)    No Novo Testamento normalmente atribui Gênesis a Moisés: indicação desse fato é que em Jo.7.23 Jesus afirma que a circuncisão, que é apresentada em Gn.17.12, faz parte da Lei de Moisés. Mais comum ainda no NT é a declaração do Pentateuco como livro de Moisés
  1. Evangelhos: Mt.8.5; 19.19.4-8; Mc.1.44; 7.10; 12.19, 26; Lc.2.22; 5,14; 20.37; Jo.1.17, 45; 7.19, 22-24; 8.5;
  2. Atos: At.3.22; 7.44; 13.39; 15.5; 28.23;
  3. Paulo: Rm.10.5; 10.19; 1Co.9.9;
  4. Autor de Hebreus: Hb.9.19; 10.28.
          (2)    No Antigo Testamento também parece atribuir a autoria do Pentateuco (Tora) a Moisés:
  1. Livros Históricos: Js.1.7-8; 8.31-32; 1Re.2.3; 2Re.14.6; 21.8; Ed.6.18; Ne.13.1;
  2. Profetas: Dn.9.11-13; Ml.4.4.
  3. O próprio Pentateuco aponta para esse fato: Ex.17.14; 24.4-8; 34.27; Nm.33.1-2Dt.31.9, 22.
          (3)    Além disso, o autor do Pentateuco demonstra conhecer detalhes tão particulares da história que só uma testemunha ocular poderia saber:
  1. Quantidades específicas de fontes e árvores (Ex.15.27)
  2. Detalhes específicos do povo em ocasiões específicas (Nm.2.1-31)
  3. Detalhes da alimentação (Nm.11.7-8)
          (4)    O conhecimento que o autor do Pentateuco apresenta sugere ele não poderia ser alguém de séculos mais tarde[5]:
  1. Conhecimento da Geografia (Gn.13.10Gn.33.17)
  2. Conhecimento de costumes específicos (Gn.16.1-3Gn.41.41-43)
  3. Moisés era alguém habilitado para ter essas informações (At.7.22)
          Se alguém duvidar da autoria Mosaica do Pentateuco ou de Gênesis, deve atribuir também ou falsidade ou erro, tanto dos textos do Velho, como do Novo Testamento. Em outras palavras, os profetas, escritores, apóstolos e o próprio Jesus Cristo deveriam ser considerados ou falsos ou equivocados. Portanto, “a autoria de Gênesis é atribuída a Moisés, mais provavelmente durante a jornada do Egito para Canaã, com o uso de fontes que tivesse à disposição, quer orais quer escritas, debaixo do ministério orientador do Espírito de Deus[6]”.

Estrutura e Conteúdo do Livro

          Uma das características marcantes do livro é a forma como esse livro foi estruturado. Do ponto de vista da história, duas categorias são claramente reconhecidas na estrutura do livro: (1) Nos capítulos de 1.1-11.26 encontramos a história das origens de modo geral e (2) de 11.27-50.26 lemos a história da origem do povo judeu – a história dos patriarcas. Sobre essa estrutura John Hartley diz: “Gênesis 1-11 é um prefácio à história da salvação, tratando da origem do mundo, da humanidade e do pecado. Gênesis 12-50 reconta as origens da história da redenção no ato de Deus escolher os patriarcas, juntamente com as promessas da terra, posteridade e aliança[7]”.
          Contudo, Moisés como hábil escritor também deixou uma clara estrutura literária para seu primeiro livro: com o uso de uma palavra específica, Moisés pode marcar dez blocos de texto onde agrupou o conteúdo do seu livro. Essa palavra hebraica é “tôledôt”, que significa gerações, genealogia. Em “cada uma dessas seções [Moisés] relata o que aconteceu com à(s) pessoa(s) mencionada(s), ou seus descendente[8]”.

          Normalmente essa palavra é acompanhada de uma genealogia, conquanto também possa apresentar o desenvolvimento de algo que já foi iniciado. Esse é o caso de Gn.2.4: “Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados: Quando o SENHOR Deus fez a terra e os céus”. Nessa ocasião Moisés faz um uso metafórico da palavra “tôledôt” para expressar que os céus foram gerados (criados) pelo Próprio Deus.
          É interessante observar que a estrutura história e a estrutura literária foram de tal forma ajustadas que para a primeira parte (a história primeva) Moisés usou cinco “tôledôt”, enquanto que para a segunda parte (história patriarcal) ele o fez mais cinco vezes[9]. Seguindo essa sugestão, podemos observar a estrutura do livro da seguinte forma:

          I. HISTÓRIA PRIMEVA                                            (Gn.1.1-11.26)
  • Criação do Universo                            (1.1-2.3)
  • As gerações do céu e da terra         (2.4-4.26)
  • As gerações de Adão                          (5.1-6.8)
  • A geração de Noé                                (6.9-9.29)
  • As gerações dos filhos de Noé       (10.1-11.26)
          II.HISTÓRIA DOS PATRIARCAS                            (Gn.11.27-50.26)
  • As gerações de Terá                            (11.27-25.11)
  • As gerações de Ismael                       (25.12-18)
  • As gerações de Isaque                       (25.19-35-29)
  • As gerações de Esaú                           (36.1-43)
  • As gerações de Jacó                            (37.1-50.26)
          É importante lembrar que um dos recursos literários que Moisés usa na composição de Gênesis é apresentar em primeiro lugar um conjunto de informações sobre personagens que terão sua história continuada no seu relato. Por exemplo, “a genealogia de Caim (4.17-24) precede a de Sete (4.25,26); as linhagens de Jafé e Cão (10.1-8) aparecem antes de Sem (10.21,22); a genealogia de Ismael (25.12-15) antecede a de Isaque (25.19) e a de Esaú (36.1-10) precede a de Jacó (37.2)[10]”.

Propósito

          “O propósito do primeiro livro do Pentateuco é fornecer um breve sumário da história da revelação, desde o princípio até que os israelitas foram levados para o Egito e estavam a ponto de se tornarem em nação teocrática[11]”. De forma prática, Gênesis parece demonstrar, do início ao fim, quem é o Deus que chamou a Moisés para liderar o Povo.
          É nesse texto que Moisés registra YAHWEH como o Deus que é poderoso para Criar, Julgar e Punir, Retribuir, Chamar, Restaurar e Salvar Seu povo. Gênesis é um relato da Personalidade e Caráter de YAHWEH como Deus Poderoso, Cuidadoso, Amoroso e Soberano.
          De forma anacrônica Moisés parece deixar a Soberania de Deus estampada nas páginas de Gênesis, de modo que, na primeira parte de seu livro ele demonstra quão longe o homem por suas forças pode ir, enquanto que na segunda parte ele demonstra quanto Deus faz para resgatá-los. Assim, estamos falando que, após a Criação, nos primeiro 11 capítulos de Gênesis nós vemos a degradação do ser humano: Na Queda vemos a soberania de Deus e a sentença de todo ser humano;           No Dilúvio a justa retribuição história de Deus; e em Babel vemos a soberania de Deus na distribuição.
          Até que, em Abraão o processo de regeneração inicia e parece reverter a cena: Em Abraão vemos a soberania de Deus na Eleição; Em Isaque a soberania de Deus na Separação; Em Jacó a soberania de Deus é percebida no cuidado; e em José vemos a soberania de Deus no controle da situação.
          É como se o livro tivesse sido escrito para apresentar o caráter de Deus como chefe da Teocracia que Ele irá formar a partir de um povo exilado no Egito, retirando-os soberanamente do domínio egípcio. É óbvio que Moisés faz isso, enquanto registra os acontecimentos do seu povo.

Mensagem

          Poucas pessoas foram capazes de resumir a mensagem de um livro tão grande em tão poucas palavras de modo tão impressionante: Carlos Osvaldo tem sintetizado a mensagem do livro da seguinte maneira:
“A eleição e separação de Israel como povo pactual se deu em um contexto de conflito entre o propósito Benevolente do Criador e a vontade rebelde das criaturas, a quem Ele pune com justiça e restaura com amor[12]”

Teologia de Gênesis

          Como temos dito que esse livro é uma Auto-Revelação de Deus para o povo de Israel, não poderíamos deixar de falar de Sua Pessoa como apresentada por ele. Sobre isso, House diz:
“Certamente tornou-se visível um retrato nítido de Deus. Ele é a única divindade que atua nesses relatos. Só Deus cria, de maneira que só Ele julga o pecado, chama, dirige e abençoa Abraão e seus descendentes, e protege e livra em todas as circunstâncias o povo agora chamado Israel. Esse Deus comunica-se com o povo alternadamente emanando ordens, fazendo promessas e dando orientação, Ele trabalha para tirar o pecado que atribula toda a raça humana. Esse Deus não tem qualquer começo, rival, limites de tempo ou espaço, falha moral, ou interesses ocultos[13]

          Deus é Criador:

          Em Gênesis não difícil falar em um Deus Criador: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.           O relato da criação em Gênesis é realizado em duas etapas para ressaltar a Pessoa do Criador:     Enquanto o primeiro relato aponta para um fato (há um Criador de todas as coisas) o segundo relato mais específico sobre a criação do homem apresenta o Criador como zeloso, atencioso e relacional.   Essa descrição de Deus é certamente uma demonstração do Seu poder e de Seu cuidado graciosos.
          Entretanto, é válido dizer que a descrição da criação demonstra a ordem e a dignidade dela.       “Enquanto outras histórias da criação tendem a tratar a raça humana como fonte de irritação para o panteão e o mundo criado como alo que os deuses não pensaram inicialmente, Gênesis 1.1-2.3 apresenta a ordem criada como resultado da atividade intencional da parte do Deus único[14]”.
          A unicidade de Deus nos primeiros versos de Gênesis também são também uma descrição de contraste entre YAHWEH, o verdadeiro Deus e os deuses pagãos. Até por que, a descrição de Deus como Criador auto-existente, solitário e auto-suficiente difere gritantemente de outros relatos antigos da criação. Falando sobre a multiplicidade de deuses do paganismo, LaSor, Hubbard e Bush afirmam que “para eles a variedade de forças personificava-se em deuses. Assim, uma divindade era multipessoal, em geral ordenada e equilibrada, mas às vezes caprichosa, instável e temerária. O texto de Gênesis 1 combate tal concepção de divindade. Ela retrata a natureza surgindo de uma simples ordem de Deus, o que é anterior a ela e dela independente[15]”.
          Outro detalhe sobre a Singularidade de Deus como Criador é estampado no uso do termo hebraico bärä’, que descreve sua ação como trazendo a criação do nada (ex nihilo[16]). Em Gn.1.1 não há qualquer indicação de matéria pré-existente que Deus teria formado, antes “afirma que Deus criou, (bärä’) sem nenhum esforço, todo o universo e tudo o que nele há[17]”. Assim, “o termo hebraico bärä’, ‘criar’, é uma palavra chave, sendo empregada seis ou sete vezes no relato da criação. Essa palavra tem Deus como seu único sujeito no Antigo Testamento, e não se fez nenhuma menção do material a partir do qual se cria algum objeto. Ela descreve um modo de agir que não possui analogia humana. Só Deus cria, assim como só Deus salva[18]

         Deus é Soberano:

          Sidlow Baxter quando comenta sobre Gênesis diz: “Pelo fato de ter sido colocado logo no início dos 66 livros, Gênesis nos faz dobrar os joelhos em obediência reverente diante de Deus, por exibir perante os nossos olhos, e trovejar em nossos ouvidos, aquela verdade que deve ser aprendida antes de todas as outras em nosso trato com Deus, em nossa interpretação da história e em nosso estudo da revelação divina, a saber A SOBERANIA DIVINA[19]”.
          A soberania de Deus é observada em quase todos os eventos apresentados nesse livro: Ele é o Criador Soberano, o Juiz soberano sobre o pecado do homem, na punição de Caim, no Dilúvio, em Babel. Ele é o Soberano na separação e eleição de Abraão como herdeiro das promessas. Não havia qualquer característica em Abraão digna da atenção de Deus, mas em Sua Soberania Deus o separa para dele fazer uma grande nação. “O Senhor escolhe a Abrão da mesma maneira como decide criar os céus e a terra, ou seja, a partir da liberdade absoluta resultante de ele ser o Deus único, todo-suficiente e independente[20]”.
          Toda a história dos patriarcas é uma demonstração da Soberania de Deus: Abraão é eleito soberanamente por Deus; Isaque é mantido soberanamente por Deus; Jacó[21], o mais relutante de todos, demonstra a Soberania de Deus na Preservação de sua Promessa feita a Abraão e em José podemos observar a Soberania de Deus no controle das situações para formar um povo Seu em meio a um tempo de crise.
          Até mesmo na tensão entre a Soberana Vontade de Deus e da vontade rebelde de suas criaturas, “o que o homem pecador tenciona para o mal, YAHWEH é mais do que capaz de suplantar para Seus propósitos de bênção e bem estar para o povo de Sua aliança[22]”. A soberania de Deus é capaz de convergir a maldade do homem para bênçãos para os Seus: Esse retrato é vívido em Gênesis.

          Deus é Justo:

          No trato com a humanidade desde a Criação, Deus demonstra sua habilidade para exercer sua Justiça. Na retribuição justa de Gn.3 vemos que Deus é severo no trato com o pecado e na imposição das punições para cada um dos participantes da rebelião contra Ele no Éden. Entretanto, é importante lembrar que “quando Sua bondade original foi desprezada no jardim do Éden em troca da independência que as criaturas queriam Dele, foi Deus quem tomou a iniciativa de buscar o homem (3.8, 9), de prometer a vitória definitiva sobre a serpente pela semente da mulher (3.15) e remediar a nudez e a vergonha do primeiro casal[23]”. No exercício de sua Justa punição, Deus não deixou de manifestar sua Graça Salvadora: O maior prejudicado na queda foi o próprio Deus, pois Ele mesmo assume as piores consequências da Queda e doa-se em amor ao mundo.
          Da mesma forma o dilúvio revela Sua Justa retribuição à intenção do homem em contraposição à Lei Divina. Em sua Justa Soberania, Deus estabelece o juízo da rebeldia dos homens e os sentencia à morte no Dilúvio. Entretanto, temos que lembrar que Ele mesmo ofereceu 120 anos para o arrependimento dos seres humanos em demonstração de que age com paciência. Isso sem contar que Deus havia deixado um modo para que os homens pudessem ser libertos dessa punição, pela fé na instrução que havia dado a Noé (Hb.11.7). Assim, tanto a Paciência quanto Graça são observadas no exercício da Justiça de Deus[24].
          Deve ser por isso que Ralph Smith diz: “Três coisas são essenciais a um bom juiz: autoridade e soberania; decisões justas e imparciais; e a capacidade de perceber e interpretar corretamente todas as evidências. Javé tem as três qualidades[25]”. Por isso, “a justiça de YAHWEH reflete-se não tanto em declarações sobre Seu caráter quanto nos meios simples e diretos pelos quais Ele julga a falta de conformidade do homem com o padrão de conduta prescrito pelo Criador[26]”.

          Deus é Gracioso:

          “Pelo contrário, ele opera exclusivamente em benefício do mundo que não tem intenção alguma de fazer o que é certo. Neste caso a eleição demonstra a misericordiosa bondade de Deus com o mundo[27]”.
          Por que Deus não opera sua disciplina para com Jacó, que demonstra em sua história não manter uma padrão de conduta em nada parecido com o do seu pai? “O fato mais consolador é que Deus não mudou seu propósito, promessa ou poder. O caráter divino continua intacto, acentuando a sensação que o leitor tem de respeito e expectativa diante do futuro[28]”.
          “A graça divina seleciona este homem [Jacó] terrivelmente imperfeito, não por causa de mérito algum de sua parte. O amor determina a decisão, e esse amor é tão grande por Jacó quanto é por Abraão e Isaque, pois as promessas divinas feitas anteriormente permanecem de pé[29]”.
          “A graça intensifica-se quando o pacto de YAHWEH com a humanidade se focaliza em Abraão e sua linhagem: Ló é preservado pela graça (19.1-31), Isaque é poupado pela graça (cap.22), Jacó é escolhido por graça (25.19-23; cf. Rm.9.11, 12), assim como toda a família patriarcal é libertada da corrupção e miscigenação em Canaã pela provisão graciosa que YAHWEH lhes faz de José como vice-regente do Egito (caps.37-50)[30]

          Deus é Único:

          Em oposição ao conceito do Oriente Médio Antigo, Gênesis apresenta um Deus que é Único, “nenhuma outra divindade questiona o direito divino de criar; nenhuma outra divindade ajuda Deus a criar nem se opõe à sua atividade criadora. Desde o princípio, ou desde a origem do tempo e da história, só Deus existe ou age[31]”.
          “A ideia da unicidade de Deus no Antigo Testamento é singular e significativa. Enquanto outros povos antigos achacam que seus deuses eram muitos, cada um tendo sua própria esfera de influência e responsabilidade, o Israel antigo entendia que seu Deus era um (indivisivo), como todos os atributos e poderes da divindade em si mesmo, governando todas as esferas da existência[32]
          “A singularidade de YAHWEH aparece em cores ainda mais brilhantes no fato de que Ele é um Deus que, apesar de transcendente e todo-poderoso, busca um relacionamento com Suas criaturas e a elas Se revela. Ele estabelece alianças (cf. 9.8-17; 15.9-21; 17.1-27) e garante seu cumprimento ao prover e proteger milagrosamente a semente que havia prometido (18.13-15; 22.15-18; 25.21)[33]

Fonte: Teologando – Marcelo Berti

          [1] O termo grego “γενέσις” pode também indicar vir a existir (Gn.40.20), nascimento(Mt.1.18), existência (Tg.1.23), vida e experiência humana (Tg.3.6), história de vida (Gn.2.3; 5.1 – história da origem), linhagem, descendência (Mt.1.18).
          [2] A Septuaginta é também apresentada como LXX, em função de ser essa a representação gráfica de 70 em algarismos romanos.
          [3] LASOR, Willian, HUBBARD, David, BUSH, Frederic, Introdução ao Antigo Testamentopp.16.
          [4] A autoria do livro de Gênesis e de todo o Pentateuco tem sido largamente discutida. Jean Astruc (sec. 18) chegou a apontar para duas formas documentais que poderiam ter resultado na produção do texto que dispomos. Ele denominou as fontes como J (Javista) e E (Elohista) em função do uso de palavras para se referir a Deus. K.H. Graf, em uma adaptação ampliada da teoria de Astruc, propôs uma Teoria Documental em 1866 que além de J e E, identificou as fonte D (Deuteronomista) e P (Sacerdotal – proveniente do alemão priesterlich). Entretanto, essa teoria só tornou-se popular quando Wellhausen em 1876 combinou a “teoria documentária com uma visão evolucionista da religião de Israel”. (COP, FDAT, pp21-22). Reações a essa proposição de Wellhausen foram feitas por liberais e conservadores e aos poucos sua teoria tornou-se menos influente no mundo acadêmico. O leitor fará bem se ler sobre o assunto o artigo Autoria do Pentateuco no livro “Merece confiança o Antigo Testamento” onde o autor trata com detalhes da refutação da teoria (pp.113-118).
          [5] Wellhausen teria proposto que o Pentateuco como um todo seria fruto do período do exílio ou pós-exílico (Introdução ao AT, pp.7). Entretanto, uma vez que os livros exílicos e pós-exílicos citam o Pentateuco, com indicações da autoria Mosaica, a teoria de Wellhausen fica em descrédito. Ou seja, para que sua teoria tenha validade o Velho Testamento precisa ser reestruturado, passo que os liberais já deram a muito tempo.
          [6] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.23.
          [7] LASOR, Willian, HUBBARD, David, BUSH, Frederic, Introdução ao Antigo Testamentopp.16-17.
          [8] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.23.
          [9] É válido demosntra que em Gênesis Moisés usa “tôledôt” 13x (Gn.2.4; 5.1; 6.9; 10.1, 32; 11.10, 27; 25.12, 13, 19; 36.1; 36.9; 37.2). O agrupamento estrutural desses usos tem sido diferentes em diferentes autores. (cf. YOUNG, Edward, Introdução ao Antigo Testamentopp.54-68; ARHCER, Gleason, Merece Confiança o Antigo Testamento, pp.200)
          [10] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.23.
          [11] YOUNG, Edward, Introdução ao Antigo Testamentopp.53.
          [12] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.24.
          [13] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.107.
          [14] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.76.
          [15] LASOR, Willian, HUBBARD, David, BUSH, Frederic, Introdução ao Antigo Testamentopp.24
          [16] A expressão latina ex nihilo encontrada em alguns materiais teológicos sobre a Criação é provavelmente proveniente da Vulgata. Em 2Mc.7.28 lemos: “peto nate aspicias in caelum et terram et ad omnia quae in eis sunt et intellegas quia ex nihilo fecit illa Deus et hominum genus” (Eu te suplico, meu filho, contempla o céu e a terra e observa o que nele existe. Reconhece que não foi de coisas existentes que Deus os fez, e que também o gênero humano surgiu da mesma forma. – BJ). Sobre o uso de bärä’ considere alguns usos que descrevem o início de algo novo (cf. Is.41.20; 48.6, 7; 65.17) como um paralelo do conceito criativo ex nihilo. Lembre-se também dos usos que descrevem o sentido de trazer à existência (Is.43.1Ez.21.30; 28.13, 15) como exemplificação da origem ex nihilo de uma ação divina.
          [17] SMITH, Ralph, Teologia do Antigo Testamento. pp.172.
          [18] LASOR, Willian, HUBBARD, David, BUSH, Frederic, Introdução ao Antigo Testamentopp.24.
          [19] BAXTER, Sidlow, Examinais as Escrituras. Vol.I, pp29.
          [20] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.92.
          [21] “Pouquíssimos textos do AT ressaltam os conceitos bíblicos de eleição e graça mais do que os relatos que envolvem Jacó” – HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.98
          [22] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.25
          [23] Idem, IBID.
          [24] MERRIL, Eugene, The Pentateuch. IN: Holman Bible Handbook
          [25] SMITH, Ralph, Teologia do Antigo Testamentopp.206.
          [26] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.25.
          [27] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.792.
          [28] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.97.
          [29] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.98.
          [30] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.26
          [31] HOUSE, Paul, Teologia do Antigo Testamentopp.74.
          [32] SMITH, Ralph, Teologia do Antigo Testamento, pp.218-219.
          [33] PINTO, Carlos Osvaldo, Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamentopp.26

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