“Sejam fortes e corajosos.
Não tenham medo
nem fiquem apavorados por causa delas,
pois o Senhor,
o seu Deus,
vai com vocês;
nunca os deixará,
nunca os abandonará".
Deuteronômio 31:6
Em Daniel 7 está escrito que um dia o mundo inteiro irá adorar e obedecer novamente a Deus. No capítulo 8 o conflito intensifica-se. O profeta focaliza eventos que acontecerão no fim dos tempos. Mais uma vez Deus antecipa o conhecimento dos acontecimentos finais da Terra.
No capítulo 8 de Daniel os animais usados para representar as nações não são mais o leão, o urso, o leopardo e o dragão. Vamos começar a leitura e estudo a partir do verso 3 até o verso 6: “Levantei os olhos, e vi um carneiro que estava diante do rio, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos. Um dos chifres era mais alto do que o outro, e o mais alto subiu por último. Vi que o carneiro dava marradas para o Ocidente, para o Norte e para o Sul. Nenhum animal podia estar diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se das suas mãos. Ele fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia. Estando eu considerando, vi que um bode vinha do Ocidente sobre toda a Terra, mas sem tocar no chão, e aquele bode tinha um chifre notável entre os olhos. Dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, ao qual eu tinha visto diante do rio, e correu contra ele no furor da sua força.”
Há um combate entre o carneiro e o bode. O carneiro baixa sua cabeça e o bode também e eles trocam manadas. É vital que consideremos um ponto: o carneiro e o bode eram animais usados no ritual do santuário. Deus quer nos dizer alguma coisa mediante o uso do simbolismo do carneiro e do bode. Ele quer que saibamos que mesmo antes de começarmos a estudar essa profecia, o Senhor nos está chamando a atenção para o santuário.
Em Israel, se uma pessoa pecasse deveria oferecer um sacrifício. Tinha de trazer um cordeiro perfeito e sem manchas. Por que perfeito e sem manchas? Quem será que era representado pelo cordeiro? Cristo. Jesus cometeu algum pecado? Absolutamente não! Ele nunca pecou, mas tornou-Se pecador em nosso lugar e assumiu nossa culpa do pecado. Jesus, o Cristo perfeito, era representado pela ovelha perfeita e sem manchas.
Como pecadores, não podemos entrar no santuário sem oferecer um sacrifício. No lugar santíssimo, o segundo compartimento do santuário, está a arca do concerto com a santa lei de Deus em seu interior e querubins sobre a tampa ou propiciatório. Entre os seres celestes se manifesta a glória de Deus. Repetimos: não podemos nos aproximar de Deus sem oferecer sacrifícios, porque somos pecadores e nos rebelamos contra Deus. Então, oferecemos sacrifícios porque foram os nossos pecados que levaram Cristo à cruz. Comparecemos diante de Deus como culpados pecadores, mas ao oferecermos nossos sacrifícios, o peso dos nossos pecados é erguido de nossos ombros, e a angústia da culpa é retirada de nosso peito.
Pensem em Cristo sobre a cruz. Imaginem o seu Cordeiro imaculado morrendo na cruz, seu sangue gotejando de Suas mãos e fronte. Ainda em sua imaginação, aí mesmo onde você está, diga: Ó Senhor, perdoa-me!
A Bíblia diz que: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar.” O peso da culpa pode agora mesmo ser suspenso de seus ombros. Ele é o Cordeiro de Deus que foi morto por você. Seu sangue derramou-se por você. Aproximamo-nos de Deus ao nos achegarmos a Cristo.
No antigo santuário hebreu, o sacerdote apanha o sangue e entra no santuário. Ali, no compartimento conhecido como Lugar Santo, ele esparge o sangue do animal na cortina que separa o Lugar Santo do Lugar Santíssimo. O sacerdote ali é o representante do pecador. Quando me dou conta de que ao pecar, ao me irritar, ficar nervoso, impaciente, ao cometer atos desonestos, lembro-me de Cristo na cruz morrendo por mim. Ele é o meu Cordeiro expiatório. Penso também que Cristo subiu aos céus e, diante da Sagrada Lei que transgredi, levanta Seus braços e abre as mãos feridas. Ele é o meu Sumo Sacerdote. Sou necessitado - e muito! - do Cordeiro que foi morto e do Sacerdote que vive.
Jesus representa a você e a mim diante do trono do Pai. Você e eu somos a preocupação, o peso de Seu coração. Nossa dor O atinge. Ele é sensível às nossas dores, desilusões e sofrimentos. Temos um representante no Santuário celeste. A Bíblia diz: “Ele vive para interceder por nós.” E também: “Prostremo-nos diante do trono da graça, onde nós achamos ajuda na hora da necessidade.”
No santuário hebreu, uma vez ao ano, acontecia uma festa especial, a festa da purificação do santuário. O cordeiro e o bode eram animais usados para um sacrifício especial feito no último dia da festa da purificação do templo, no dia do julgamento. Por que Deus mudou o simbolismo usado anteriormente, das quatro bestas por dois animais: o cordeiro e o bode, a fim de representar duas nações das quais havia Ele falado antes? Quando você começa a ler o capítulo 8, Deus quer que perceba que quando Ele usa o cordeiro e o bode, é porque está apontando para o fim dos tempos, ao juízo final, à purificação do templo.
No capítulo que estamos estudando, Deus está procurando localizar-nos no tempo e dizendo: “Estou lhes dando alguns sinais para mostrar aonde vocês estão indo.” Mas a quem o cordeiro e o bode representavam? Naturalmente, uma besta representa um reino, mas Deus usou esses dois animais para apontar-nos o Santuário. Daniel 8, versos 20 e 21: “Aquele carneiro que viste com dois chifres são dois reis, são estes os reis da Média e da Pérsia. Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei.” Quem foi o primeiro rei da Grécia? Alexandre, o Grande. O cordeiro representava a Medo-Pérsia, o bode a Grécia e o primeiro rei, Alexandre. Porém, lembrem-se de que Deus usou esses animais especiais porque capítulo versa sobre o santuário e o final dos tempos no santuário.
Os animais do santuário evidenciam que Deus não fala agora sobre mudanças políticas, mas sim religiosas. Em Daniel 2, vimos Satanás atacando a autoridade de Deus. Em Daniel 7, o arqui-inimigo lança seus ataques contra o reino de Deus, mas em Daniel 8, o enganador ataca a verdade de Deus no final dos tempos.
Por quanto tempo o santuário divino seria lançado por terra? Um poder político-religioso se projetaria e buscaria destruir a verdade sobre Jesus e o sacrifício. Todos os tipos de intercessores seriam criados em substituição a Jesus. Seriam imaginados e disponibilizados todos os tipos de penitências para obscurecer a intercessão de Cristo. A verdade sobre Jesus, o único intermediário entre Deus e os homens, seria prostrada ao chão. A verdade sobre a lei divina, que mostra o caminho da obediência a Deus para homens e mulheres, seria substituída por tradições humanas.
Em Daniel 8, versos 12, 13, vemos dois santos no céu. Frequentemente na Bíblia, santo tem dois significados, dependendo do contexto em que se insere. Pode ser atinente a crente, se for atribuído aos fiéis de Deus na Terra. Algumas vezes, a palavra santo significa seres angelicais. Assim, Daniel aqui está falando sobre anjos, seres santos celestiais. Se você possui uma tradução moderna da Bíblia, provavelmente lerá assim: “Santos que falavam.” Dois seres santos estão conversando e um olha para o outro e pergunta: “Até quando a verdade sobre Jesus será lançada por terra? Até quando a verdade sobre Jesus, o Salvador, o Único que pode perdoar pecados e que derramou Seu próprio sangue para remir, será assim vilipendiada? Até quando as leis humanas tomarão o lugar das leis divinas? O verso 14 responde: “Ele me disse: até 2.300 tardes e manhãs, e o santuário será purificado.”
No santuário hebreu, cada dia as ovelhas eram sacrificadas no pátio, sobre o altar de holocaustos. Cada dia os pecadores vinham ao pátio para sacrificar animais. O sangue das vítimas era levado para o Lugar Santo, que é o primeiro compartimento do Santuário. Mas, apenas uma vez por ano o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo do Santuário, para realizar um cerimonial muito solene. Ele fazia isso no último dia do ano judaico, chamado Yom-Kippur. Esse era um dia muito especial.
Se atentarmos bem, veremos que cada parte do santuário representa alguma coisa sobre Jesus e Sua vida. O cordeiro sacrificado no pátio representava Jesus morto fora do santuário celeste, ou em outras palavras, no pátio deste mundo. Após a morte de Jesus como Cordeiro expiatório aqui na terra, Ele ascendeu ao Céu e penetrou o santuário celeste como nosso Sumo Sacerdote. Jesus é o cordeiro sacrificial e o sacerdote que vive.
Uma vez por ano, no ritual hebraico, o sumo sacerdote se apresentava ante a presença de Deus, diante da arca do conserto. Ali, diante do tabernáculo, no final do ano judeu, o povo se reunia para um exame profundo e último de seus corações, para a última purificação da alma, e o último comprometimento com a lealdade e obediência.
Cristo morreu no “pátio”, mais de 2.000 anos atrás, quando uma cruz foi erguida no Monte Gólgota. Depois de alcançar a vitória para o homem através de Sua morte, Jesus subiu ao céu como o nosso Sacerdote na presença de Deus. A Bíblia ensina que o Pai e o Filho começaram uma obra especial chamada a “purificação do santuário ou julgamento dos últimos dias”. O que acontecia no santuário terrestre durante o período da purificação do santuário? Deixemos que a Bíblia responda. Leiamos Levítico, capítulo 16, versos 29 a 33. Ali se fala do último dia do ano religioso hebreu, onde havia uma convocação espiritual chamada Yom-Kippur, o dia da expiação.
No verso 30 lemos: “Porque nesse dia far-se-á expiação por vós, para serdes purificados. Diante do Senhor sereis purificados de todos os vossos pecados.” Esse era um dia exclusivo, o dia do juízo. No capítulo 23 desse mesmo livro, vemos que todo o povo de Israel era convocado a examinar seus corações. Todos deviam estar limpos perante Deus, tanto física como espiritualmente.
Vejamos o verso 29 do capítulo 23. Vamos começar como verso 28 como preâmbulo: “Nesse dia nenhum trabalho fareis, porque é o dia da expiação.” O que significa a palavra “expiação”? É a união de três palavras: “Um com Deus.” É isso: a palavra expiação significa que somos um com Deus.
A cada dia os pecadores vinham oferecer sacrifícios que simbolizavam o perdão de seus pecados; cada dia o sacerdote entrava no Lugar Santo do santuário, representando o pecador e levando o sangue do cordeiro; cada dia o povo vinha desencorajado e deprimido pela culpa, mas ia para casa sentindo-se livres, tranquilos e perdoados. Uma vez por ano, o sumo sacerdote entrava no santuário e se apresentava no Lugar Santíssimo. Enquanto estava perante a arca do conserto, todo o povo ficava reunido ao redor do santuário. Eles saiam de suas tendas e se reuniam nas áreas circunjacente ao Santuário, ajoelhando-se e orando: “ó, Senhor, nós Te amamos e queremos ser perdoados dos nossos pecados. Queremos ser integralmente obedientes a Ti e um com Deus. O que quer que seja que o Senhor nos ordene, queremos fazer. Qualquer coisa que Te agrade, faremos; desejamos agradar-Te. Qualquer caminho que o Senhor nos mostrar, seguiremos obedientemente.”
Jesus disse que no fim dos tempos, após os 2.300 dias, o santuário seria purificado. Nalgum momento, durante o tempo do fim, iniciar-se-ia uma expiação, um julgamento. Também nalgum momento, durante a fase final do julgamento; Deus fará um último apelo a homens e mulheres para irem a Ele, provarem Sua misericórdia e graça, e abrirem seus corações. Cristo será exaltado novamente perante todo o mundo, como Salvador universal. A luz irá alcançar os confins da terra. Jesus Cristo será exaltado sobre todas as ideologias, tradições e religiões. Cristo será exaltado como o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, sob a luz da purificação do santuário, do juízo final. Cristo será exaltado como Sumo Sacerdote, Aquele que nos conhece intimamente e está a par de todas as nossas preocupações, males, desânimo, desejos e depressão. Cristo será visto diante do trono de Deus representando a humanidade e intercedendo pelos que Lhe buscam o favor.
Nos últimos dias o santuário seria purificado. Toda a poluição moral e religiosa produzida pelos homens seria trazida à luz, todos os erros secretos e abertos cometidos pelos homens seriam descobertos. As falsidades ensinadas por professores de religião, teólogos e ministros seriam descobertas e banidas do santuário celeste.
O apelo do santuário é o apelo de Jesus como nosso Sumo Sacerdote, para amá-Lo, obedecê-Lo, servi-Lo e entregarmos nossa vida a Ele. É o convite de Jesus, nosso Salvador, a nós. Agora, não importa quão distantes estamos dEle; não importa o quanto O temos desapontado e ofendido, o chamado de Daniel, capítulo 8, é para que nos voltemos para Jesus. O apelo de Daniel 8 não é para nos unirmos em um santuário terrestre, mas é para nos ajoelharmos, em nossos quartos, perante o grande Santuário Celestial imaginando Cristo como o nosso Sumo Sacerdote, dizendo para nós, diante do Universo que nós somos seus filhos. É um apelo para aceitarmos Cristo como nosso Salvador, para abrirmos nossos corações para Ele, aceitarmos Sua grandeza, misericórdia e perdão, e o poder que Ele possui para transformar nossa vida. Ele nos tornará obedientes e dará forças para obedecermos à Sua lei. O apelo de Daniel 8 é feito a homens e mulheres que criaram e seguiram religiões, tradições e superstições, para abrirem seu coração a Jesus Cristo.
Quando olho para o santuário, vejo amor em um Cordeiro morto, em Cristo morto por mim. Vejo amor no Sacerdote que entra no santuário e ergue Suas mãos feridas em meu favor. Vejo amor em Seu apelo para amá-lo e obedecê-Lo nestes últimos dias.
Satanás odeia essa verdade. Ele quer instituir penitências e obras meritórias às quais devo obedecer, ao invés de me dirigir a Cristo e aceitar o que Ele fez por mim. O maior de todos os mentirosos cochicha em meus ouvidos: “Veja o quanto você precisa fazer para ser salvo.” Mas Deus replica: “Venha, aceite o Cordeiro confessando seus pecados, e você será salvo pelo sangue de Jesus e não por obras.” Satanás quer colocar todos os tipos de pessoas, instituições, intermediários e sistemas entre você e Jesus. Ele fez isso no paganismo com os sacerdotes terrestres e com alguns tipos de cristianismo. Mas existe um só Intercessor entre nós e Deus, Jesus Cristo. Satanás quer que abandonemos a Lei de Deus e por isso desenvolveu um sistema religioso voltado para nós. Mas, como uma mulher que se comoveu com o amor do marido e que hoje deseja fazer somente o que lhe agrada, assim também quando nossos corações forem tocados pelo amor de Deus, não desejaremos fazer mais nada a não ser agradá-Lo e obedecê-Lo. E nos últimos dias da nossa história, Deus está nos chamando, para amá-Lo.
Oremos: “Pai, nós te agradecemos pelo teu amor. Nós te agradecemos pelo apelo de Daniel para restaurar a verdade hoje, e para amar-Te e obedecer-Te nestes últimos dias e para sempre. Obrigado, querido Jesus, por dar a nós força e coragem para fazermos isso. Obrigado, porque não só nos perdoas, não só és misericordioso, mas porque há poder no sangue de Cristo para fazer de nós uma nova criatura. Há poder na graça de Cristo que nos transforma e reconstrói. Obrigado por isso, em nome de Jesus, Amém.”
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