quarta-feira, 24 de novembro de 2021

"Daniel 3"


 

“Porque vivemos por fé,

e não pelo que vemos.

2 Coríntios 5:7

O mistério do sofrimento e desapontamento deixa todas as pessoas perplexas. Onde está Deus quando estamos abalados, deprimidos, estressados e sofrendo? O capítulo de hoje faz-nos conhecer um Deus que sofre por nós, vela por nós e enfrenta as dificuldades conosco.

Daniel 3, descreve uma história surpreendente nos dias de Daniel, que tem seu paralelo nos últimos dias mostrados no Apocalipse. O livro de Daniel é dividido em duas partes: profecias e histórias. As profecias revelam os acontecimentos históricos que ocorrem antes da volta de Jesus e os grandes eventos que ocorreram desde os dias de Daniel até os nossos dias. As histórias falam de oração, fé e qualidades de caráter que nos preparam para a volta de Cristo.

"O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro

que tinha sessenta côvados de altura

e seis de largura

(o côvado real babilônico tinha cerca de 60 cm);

levantou-a no campo de Dura,

na província de Babilônia."

Daniel 3:1. 

Veja só: há uma imagem no capítulo dois, mas agora surge uma imagem diferente no capítulo três. Quem revelou a imagem para Nabucodonosor no capítulo dois? Daniel fez a revelação. Mas quem deu a imagem a Nabucodonosor? Deus. Quem fez a imagem do capítulo três? Deus? Não, não era a imagem conferida por Deus. Por quem, então? Nabucodonosor.

No capítulo dois, você tem a legítima linha da história: uma imagem com cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e os quadris de bronze, pernas de ferro, pés em parte de ferro e em parte de barro. Já no capítulo 3, a imagem é toda de ouro, criada pelo homem, exigindo adoração falsa estabelecida por seres humanos. E algo interessante sobre esse capítulo é que a imagem foi feita com sessenta côvados de altura, por seis de largura. Na simbologia numérica bíblica, o número seis na Bíblia sempre representa imperfeição, rebeldia. Sete é símbolo de perfeição. Seis é símbolo de imperfeição, perdição, desobediência. Então, você tem aqui uma imagem feita com dimensões projetadas pelo homem representando o caminho humano em vez do divino.

Mas dez andares de altura naquele vasto campo de Dura, no deserto, produzia impressão muito maior do que um prédio perdido em meio a uma floresta de concreto e ferro. O rei a construíra como monumento para sua glória. Entretanto, você está lembrado da imagem verdadeira do capítulo 2 de Daniel? Qual parte era de Ouro? A cabeça. Mas agora toda a imagem era de ouro. “Bem, disse Deus a Nabucodonosor, o seu reino, Babilônia, é representado pelo ouro, mas outro metal, a prata, irá substituí-lo”. Então Nabucodonosor retrucou: “Não é bem assim, Senhor.” Não pode haver uma imagem com a cabeça de ouro, outro império de prata e outro de bronze. Toda imagem é de ouro. Meu reino permanecerá para sempre.

De fato, em recentes pesquisas arqueológicas no sítio da antiga Babilônia, foi descoberto um tablete de barro com a assinatura de Nabucodonosor, que os arqueólogos dizem ser autêntica, com a seguinte inscrição: “Oh! Babilônia, o deleite dos meus olhos, a excelência de todos os reinos. Que meu reino, Babilônia, permaneça para sempre e sempre e sempre.”

Toda vez que deixamos de seguir o plano e propósito de Deus em nossa vida, as coisas não terminam bem. Nunca os meus propósitos serão melhores que os do Senhor, aqui está o segredo do sucesso na vida: Entregar o controle de tudo nas mãos do Senhor, pois nunca saberemos escolher o melhor por nós mesmos. Mas, lá estavam todos para adorarem a estátua de Nabucodonosor, como foi a reação dos companheiros de Daniel?

“Qualquer que não se prostrar

e adorar a imagem,

será no mesmo instante

lançado na fornalha de fogo ardente.”

Daniel 3:6

Observe o que está acontecendo lá no campo de Dura. Você vê um rei corrupto e uma imagem falsa. Mas ao término do capítulo, você verá o compassivo Jesus Cristo. 

Um tempo de prova, um julgamento sumário, tendencioso e dramático. Um soberano mundialmente poderoso, Nabucodonosor, baixa um decreto universal. É exigida obediência compulsória de todas as nações, povos e tribos. Todos são forçados a adorar, mesmo que não creiam. A questão de ponta é a adoração.

Aquela falsa imagem é uma oposição direta à verdade divina. Foi um tempo muito difícil, nunca experimentado ou visto antes, porque a fornalha estava aquecida sete vezes mais. E os três hebreus, como veremos, desafiaram a morte e foram salvos milagrosamente.

“Ora,

no mesmo instante,

chegaram alguns homens caldeus,

e acusaram os judeus;

disseram ao rei Nabucodonosor:

Ó rei,

vive eternamente!

Tu,

ó rei,

baixaste um decreto,

pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta…

se prostraria

e adoraria a imagem de ouro;

e,

qualquer que não se prostrasse

e não adorasse,

seria lançado na fornalha de fogo ardente.

Há uns homens judeus,

Sadraque,

Mesaque

e Abede-Nego,

que não fizeram caso de ti,

e a teus deuses não servem…”

Daniel 3:8 e 9

“Eles desafiaram a sua majestade e não podemos tolerar isso.” Então Nabucodonosor disse: “Está bem, tragam-nos à minha presença e falarei com eles.” Então trouxeram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.

O rei olha fixamente nos olhos deles e diz:

“É.

verdade,

ó Sadraque,

Mesaque,

Abede-Nego,

que vós não servis a meus deuses

nem adorais a imagem de ouro que levantei?” 

Sabem de uma coisa? Penso que pelo menos nesse instante o rei Nabucodonosor foi mais inteligente do que alguns de nós, às vezes. Alguma vez alguém veio até você e lhe disse que ouviu de outrem algo negativo a seu respeito? E você ficou tão chateado e revoltado porque alguém disse que alguém disse, que outra pessoa disse que ouviu alguém dizer que alguém poderia ter dito algo sobre você. O que Nabucodonosor fez? O homem mais inteligente de sua nação acusou os judeus e o que fez? Chamou-os e perguntou se era verdade. Acredito que muitos problemas de relacionamento seriam resolvidos se seguíssemos essa lição.

O que acha? Se você supõe que alguém falou que outra pessoa disse que alguém disse algo sobre você, por que não pergunta ao próprio que está sendo acusado de iniciar toda essa corrente de maledicência? “João, eu escutei isso e isso e gostaria de lhe perguntar se é verdade.” Se for, resolva o problema; se não for, esqueça o assunto e tenha um boa noite de sono. Então, Nabucodonosor perguntou: “É verdade? É verdade?” e acrescentou: “Vou dar-lhes outra chance. Talvez vocês não estivessem prontos. Agora, estejam dispostos a, quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, prostrarem-se. Já lhes dei uma chance, mas não abusem, não abusem da minha paciência. Já tolerei uma vez, mas quando a música tocar novamente quero o rosto de vocês no chão.”

No verso 16 encontramos a resposta dos jovens:

“Responderam Sadraque,

Mesaque

e Abede-Nego:

Quanto a isto não necessitamos de te responder.”

Eles tinham convicção da sua fé e a quem serviam.

Há pessoas que pensam ser a fé algum tipo de mágica, de truque. Assim que, se eu quiser ir a um piquenique hoje, vou orar para não chover. Em outros lugares há pessoas orando para chover e em outras, para não chover. Ou então: “Vou orar porque estou devendo R$. 2.158,00 no cartão de crédito e Deus vai enviar um depósito para eu pagar a conta.” A ideia que elas têm da fé é como se ela fosse um amuleto, um talismã tipo pé de coelho, trevo de quatro folhas ou outros. Pensam que se orarem nunca ficarão doentes, endividados ou depressivos. Como se a fé fosse uma nuvem na qual você se assenta, faz pedidos a Deus e Ele os atende.

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego disseram: “Sabemos que nossa fé em Deus pode nos levar à fornalha ardente.” Uma coisa é certa: a fé não livra você do fogo, mas leva-o através dele.

O cristianismo não é um amuleto da sorte para “atrair bons fluidos” e fazer com que as coisas vão sempre estar bem. Fé é uma forte confiança em Deus quando as coisas vão mal.

Em Daniel 3: 19 lemos:

“Então Nabucodonosor se encheu de fúria,

e,

transtornado o aspecto do seu rosto

contra Sadraque,

Mesaque

e Abede-Nego,

ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais

do que se costumava.

Ordenou aos homens mais poderosos

que estavam no seu exército,

que atassem a Sadraque,

Mesaque

e Abede-Nego,

e os lançassem na fornalha de fogo ardente.

Então o rei Nabucodonosor se espantou,

e se levantou depressa

e disse aos seus conselheiros:

Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo?

Responderam ao rei:

É verdade,

ó rei.”

Ele não conseguia entender: três homens foram lançados no fogo, mas um quarto homem entrou lá, e ninguém estava se queimando. Eles foram lançados na fornalha amarrados e única coisa que se queimou foram as cordas que imobilizavam suas mãos. Agora estavam livres andando dentro do fogo. O aspecto do quarto indivíduo era como do filho de Deus.

Quando você passa pelas chamas consumidoras das dificuldades da vida; quando passa pelo fogo do divórcio e está sozinho, deprimido, estressado e a ponto de desistir; quando os dias difíceis não estão no distante futuro, mas agora, consumindo suas energias físicas e psíquicas; quando os filhos que você educou como cristãos se esqueceram dos princípios da fé; quando seu coração está em pedaços e você está chorando, deitado na cama às duas da manhã porque seu cônjuge foi embora, por causa de um envolvimento amoroso; quando você finalmente se aposenta, compra uma bela casa para morar e sua esposa saiu para fazer compras e não voltou para casa. Você está tenso e preocupado, e recebe um telefonema no meio da noite, avisando que ela morreu em consequência de atropelamento. 

Quando você passa pelas chamas da vida e parece que vai ser consumido pelo desespero, a depressão e o desânimo, olhe através de suas lágrimas, porque dentro das chamas de sua vida Ele está lá. Nos desapontamentos e crises da existência, Ele está lá. Jesus está lá, bem ao seu lado.

Quando Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, confiantes em Deus, passaram pelas chamas ardentes da prova de suas vidas, Deus os estava ensinando a cantar uma canção na escuridão, treinando-os a terem fé, ânimo e coragem. Não foi porque Deus não os amava que foram parar na fornalha, mas porque viu neles algo muito valioso que teria de ser refinado pelas chamas do sofrimento.

Se você hoje estiver passando pelo fogo das dificuldades, por situações muito críticas e se sentindo derrotado, lembre-se de que o fogo queimará apenas as cordas que o algemam à Terra. Lembre-se de olhar através da fumaça, das chamas, das lágrimas, e verá o Filho de Deus abraçando-o com Seus divinos e poderosos braços, sussurrando palavras de coragem ao seu ouvido.

A história termina com o rei pagão abalado pela fé de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Nabucodonosor olhou para as chamas e viu o Filho de Deus, Cristo, o Salvador poderoso e Defensor de Seu povo. Quando clamo, Jesus responde, Quando estou em luta, com medo, quando preciso muito dEle, o Senhor está presente. Nabucodonosor viu que os jovens hebreus possuíam algo que ele não tinha. Percebeu que tinham um Salvador que ele muito necessitava. Você também tem este Salvador, nunca esqueça isso. 

Oremos: “Pai do Céu, obrigado porque nas chamas da vida Tu estás ao nosso lado. Nas provas da vida, Tu estás ao nosso lado. Colocamos nosso futuro em Tuas mãos. Tu és o nosso Redentor, entrando nas chamas e salvando-nos. Leva-nos para mais perto de Ti, cantando o hino da salvação na escuridão. Oh Pai, dá-nos coragem e esperança, assegurando-nos de que estás conosco. Que todos possamos sentir a Tua presença em nosso coração neste momento. Que todos sintamos Teus braços de amor ao nosso redor, enquanto estivermos em meio às chamas da vida. Em nome de Jesus, Amém.”

@anisacheirodeafeto



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