quarta-feira, 7 de outubro de 2015

"Mães Más"

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          Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente ara entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: - Eu os amei o suficiente para perguntar-lhes aonde vão e a que horas regressarão.  - Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. - Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: - "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar." - Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas,  enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em quinze minutos. - Eu os amei o suficiente para ou deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos teus olhos. -Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. - Mai do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, mesmo quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso ( e em alguns momentos até me odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!  E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva pais e mães; quando eles lhe perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhe dizer:
          - "Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo... As outras crianças comiam doce no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batata frita e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão ,carne, legumes e frutas. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos, mesmo que demorássemos uma hora ou menos. Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos;, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com doze anos, tivemos que esperar pelo menos até os dezesseis para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa ( só pra ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossa mãe,  nós perdemos imensas experiências na adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por algum crime. -Foi tudo por causa dela!!! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo fazendo o melhor para sermos "PAIS MAUS", como minha mãe foi. Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!

Dr. Carlos Hecktheuer 


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