sexta-feira, 31 de março de 2017

* "O Livro de Êxodo"


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“O SENHOR com mão forte nos tirou da casa da servidão”
 Êxodo 13.14.

A palavra Êxodo

          No texto original hebraico, os cinco livros de Moisés não têm denominação; servem de título as suas primeiras palavras. Assim o segundo livro da Bíblia é designado sob a epígrafe: “São estes os nomes” (1:1).
          A palavra êxodo vem do grego “êxodos”, que significa “saída” ou “partida”. Tirada de Êxodo 19:1, ela aparece pela primeira vez como título do livro na versão grega dos Setenta (3º século A.C.).           Encontramos esse termo em Lucas 9:31, quando, no monte da transfiguração, o Senhor Jesus conversava com Moisés e Elias sobre a Sua “partida”, que ia realizar-se em Jerusalém, seja Sua ressurreição e ascensão.
          A expressão “êxodo” resume, pois, admiravelmente a mensagem desse livro, descrevendo a partida vitoriosa do povo de Israel, libertado do Egito pelo poder do Seu Redentor.

O autor de Êxodo

          É no Êxodo que aparece a primeira menção de livro do Senhor (Êxodo 17:14), isto é, a Revelação divina em estado embrionário, redigida em rolos de papiro. Moisés é encarregado de registrar nele a narração dos principais acontecimentos, continuando assim uma tarefa anteriormente começada.
          Instruído em toda a sabedoria dos egípcios (Atos 7:22), depois genro do sacerdote de Midiã, Moisés era particularmente credenciado para ser o primeiro escritor sagrado, ainda mais por ter vivido quarenta anos na península do Sinai, berço do alfabeto. Depois de ter sido impulsionado pelo Espírito a escrever o Gênesis (confira 2 Pedro 1:21), ele continuou a assumir essa função sob a inspiração de Deus, através de sua carreira de legislador (confira Êxodo 24:4), e até o fim de sua peregrinação terrestre (confira Deuteronômio 31:24).

Mensagem do Êxodo

          Deus intervém em favor de Israel, Seu povo oprimido, para livrá-lo miraculosamente da mão de Faraó. Por causa da oposição persistente de seu rei, o Egito foi assolado por dez pragas sucessivas, marcando a última o ponto culminante do castigo divino: a morte do primogênito de todas as famílias.
           Mas ao mesmo tempo que o braço do Senhor se estende contra o Egito, Sua mão de graça segura Israel para livrá-lo desse castigo, resgatando-o com o sangue do cordeiro. E a seguir o conduz através do Mar Vermelho e pelo deserto do Sinai. Foi, pois, no mais glorioso dos livramentos, que a vida nacional do povo eleito teve início e se desenvolveu.

O tema do Êxodo

          Uma palavra resume o ensinamento desse livro, tão rico em instruções para nós: Redenção. Deus agiu efetivamente para com Israel como Redentor; libertou o povo de um poder inimigo, colocou-o sob a proteção do sangue expiatório do cordeiro pascal, dirigiu-o passo a passo, de etapa em etapa, proveu miraculosamente a todas as suas necessidades, comunicou-lhe as instruções apropriadas para a sua marcha pelo deserto.
           Que maravilhosa imagem da experiência do redimido! Jesus Cristo é o nosso Redentor: livra-nos do poder de Satanás; salva-nos por Seu sangue expiatório, e conduz-nos por um cami­nho seguro, provendo-nos sempre do alimento espiritual necessário.

O Êxodo, ilustração da vida cristã

          Vamos descobrir como, neste livro, tudo nos fala da obra de Jesus Cristo em favor do crente. A oposição de Faraó, entravando a partida de Israel, ilustra a oposição do diabo, que sempre entrava a conversão e a marcha cristã. A imagem do sangue do cordeiro, colocado nas ombreiras das portas de cada uma das moradas israelitas, descreve claramente a eficácia da proteção do sangue de Cristo, o Cordeiro de Deus, ante o julgamento.
          A passagem do Mar Vermelho mostra claramente que a conversão é o ponto de partida em que Deus acaba com os hábitos do passado. A água viva, jorrando no deserto, prefigura a fonte refrigerante da comunhão com Cristo.
          O maná, caindo cada manhã, lembra muito sugestivamente o alimento espiritual diário, recolhido na leitura da Bíblia. No combate de Israel contra Amaleque, podemos reconhecer a luta contra o diabo, nosso adversário, que nos espreita desde nossos primeiros passos na vida cristã.
          Quanto à lei, dada por Deus no Sinai, ela pode prefigurar as sãs e equilibradas ordenanças que o Senhor comunica a Seus filhos no Novo Testamento, para regular sua vida e seu serviço para Ele.

O fim do livro, ou “a doutrina cristã edificada”

          Observação semelhante pode ser feita sobre o assunto dos capítulos 25 a 40, principalmente consagrados ao tabernáculo, o templo portátil dos israelitas no deserto. Por que tanta precisão e tantas minúcias? Elas fazem sobressair a importância do assunto, mas será preciso o Novo Testamento para interpretar essa magnífica mensagem.
          O tabernáculo é, com efeito, a imagem, a sombra das coisas celestes (Hebreus 8:5; 9:1-14). Todos os seus objetos materiais, fazendas coloridas, utensílios, ou o sacerdócio que devia aí se realizar, representam de maneira precisa os diversos aspectos da obra de Cristo, nosso Redentor e Sacerdote.
          A mensagem das epístolas do Novo Testamento, expondo a doutrina cristã e a vida de santificação do crente, é como que pintada de antemão pelos elementos que constituem o tabernáculo. Ele é, pois, uma magnífica ilustração para expor a salvação e a marcha cristã.

Plano do livro do Êxodo

          1. Escravidão no Egito (cap. 1)
          2. Redenção no Egito (2:1; 15:21)
          3. Santificação fora do Egito (15:22; 17:16)
          4. Educação após o Egito (cap. 18-24)
          5. Adoração longe do Egito (cap. 25-40)

Glossário

          2:18
          Reuel –
Chamado depois Jetro (3:1; 4:18).

          4:25-26
          A circuncisão –
Sinal da aliança de Deus com Abraão para a raça de Israel (Gênesis 17:9-14), que Moisés tinha negligenciado.

          6:3
         “Pelo Meu Nome, o SENHOR, não lhes fui conhecido” –
Ainda que o nome “o SENHOR” apareça já em Gênesis 2:5, sua significação foi mais amplamente revelada no dia em que Deus apareceu a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3:14-15). Se o nome, ” o SENHOR”, faz ressaltar a onipresença d'Aquele que pode sempre falar no tempo presente (“Eu sou o que sou”, 3:14), o nome hebraico Jahvé, em sua raiz, é ao mesmo tempo, “ser” e “viver”; é a revelação do Deus que pode e quer permanecer fiel. Nas Escrituras o nome “SENHOR” (Jeová), está sempre estreitamente ligado à redenção de Israel.

          12: 11
          Páscoa –
Hebraico: ato de passar.

          13:4
          O mês de Abibe ou Nisã –
Começava com a lua nova que seguia o equinócio da primavera. Era o primeiro mês do ano religioso. O ano civil judaico inicia-se no outono, com o mês de Tisri.

          15:23
          Mara –
Amargura.

          15:27
          Elim –
Palmeiras

          16: 31
          Maná –
Da exclamação hebraica “mon hou” (que é isto?) empregada pelos israelitas no verso 15.

          17:7
          Massa e Meribá –
Tentação e contenda.

          18:4
          Eliezer –
Nome formado de duas palavras “Deus e “socorro”.

          28:30
          Urim e Tumin –
“Luz” e “perfeição”. Objetos de natureza desconhecida, colocados sobre o peitoral ou dentro dele.

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Por J. H. Alexander

Cortesia Universidade da Bíblia
de /www.universidadedabiblia.com.br


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