Antes de ser mãe,
eu fazia e comia os alimentos ainda quentes.
Eu não tinha roupas manchadas,
tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe,
eu dormia o quanto eu queria,
nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.
Antes de ser mãe,
eu limpava minha casa todo o dia.
Eu não tropeçava nos brinquedos
e nem pensava em canções de ninar.
Antes de ser mãe,
eu não me preocupava:
se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas então,
eram coisas em que eu não pensava.
Antes de ser mãe,
ninguém vomitou e nem fez xixi em mim,
nem me beliscou sem nenhum cuidado,
com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe,
eu tinha controle sobre minha mente,
meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos,
e dormia a noite toda.
Antes de ser mãe,
eu nunca tive que segurar uma criança chorando,
para que médicos pudessem fazer testes
ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Nunca fiquei gloriosamente feliz
com uma simples risadinha.
Nem fiquei sentada horas e horas
olhando um bebê dormindo.
Antes de ser mãe,
eu nunca segurei uma criança,
só por não querer afastar o meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar,
quando não pude estancar uma dor.
Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina,
pudesse mudar tanto a minha vida
e que pudesse amar alguém tanto assim.
E não sabia que eu adoraria ser mãe.
Antes de ser mãe,
Eu não conhecia a sensação,
de ter o meu coração fora do meu próprio corpo.
Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.
Não conhecia esse laço que existe
entre a mãe e a sua criança.
E não imaginava que algo tão pequenino,
pudesse fazer-me sentir tão importante.
Antes de ser mãe,
eu nunca me levantei a noite toda, cada dez minutos,
para me certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor,
a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigado Deus,
por eu ser agora um ser tão frágil
e tão forte ao mesmo tempo.
Obrigado meu Deus,
por permitir-me ser mãe!
Silvia Schmidt
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