"Venham,
todos vocês que estão com sede,
venham às águas;
e,
vocês que não possuem dinheiro algum,
venham,
comprem e comam!
Venham,
comprem vinho
e leite sem dinheiro e sem custo.”
Isaías 55:1
“Deus nos fala pela natureza e pela revelação, pela Sua providência e pelo influxo de Seu Espírito. Isto, porém, não basta; precisamos também derramar perante Ele o nosso coração. Para ter vida e energia espirituais, cumpre estarmos em real comunhão com nosso Pai celestial. Podem nossos pensamentos dirigir-se para Ele; podemos meditar sobre Suas obras, Suas misericórdias, Suas bênçãos; mas isso não é, no sentido mais amplo, comungar com Ele.”
“Para entreter comunhão com Deus, é preciso que tenhamos alguma coisa a Lhe dizer acerca de nossa vida.”
“A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebê-Lo.”
“A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele. Quando Jesus andou na Terra, ensinou a Seus discípulos como deviam orar. Instruiu-os a apresentar suas necessidades quotidianas a Deus, e lançar sobre Ele todos os seus cuidados. E a certeza que lhes deu, de que suas petições seriam ouvidas, constitui também para nós uma certeza. Jesus mesmo, enquanto andava entre os homens, muitas vezes Se entregava à oração. Nosso Salvador identificou-Se com nossas necessidades e fraquezas, tornando- Se um suplicante, um solicitador junto de Seu Pai, para buscar dEle novos suprimentos de força, a fim de que pudesse sair revigorado para os deveres e provações. Ele é nosso exemplo em todas as coisas. É um irmão em nossas fraquezas, pois ‘como nós, em tudo foi tentado’, mas, sem pecado como era, Sua natureza recuava do mal; suportou lutas e agonias de alma num mundo de pecado. Sua humanidade tornou-Lhe a oração uma necessidade, e privilégio.
“Encontrava conforto e alegria na comunhão com o Pai. E se o Salvador dos homens, o Filho de Deus, sentia a necessidade de orar, quanto mais devemos nós, débeis e pecaminosos mortais que somos, sentir a necessidade de fervente e constante oração!”
“Nosso Pai celestial está desejoso de derramar sobre nós a plenitude de suas bênçãos.
“É nosso privilégio beber a largos sorvos da fonte de Seu ilimitado amor. Como é de admirar, pois que oremos tão pouco! Deus está pronto para ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus filhos, e, contudo, há tanta manifesta relutância de nossa parte, para tornar conhecidas a Deus nossas necessidades!”
“Que pensarão os anjos do Céu, a respeito dos pobres e desamparados seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, pleno de infinito amor, se inclina anelante para eles, pronto para lhes dar mais do que sabem pedir ou pensar, e, contudo, oram tão pouco, e tão pouca fé exercem!”
“Os anjos têm prazer em prostrar-se perante Deus; deleitam-se em estar em Sua presença. Consideram a comunhão com Deus como seu mais alto gozo; e, contudo, os filhos da Terra, que tanto precisam do auxílio que só Deus pode dar, parecem satisfeitos com andar sem a luz de Seu Espírito, a companhia de Sua presença.”
“As trevas do maligno envolvem os que negligenciam a oração. As sutis tentações do inimigo os incitam ao pecado; e tudo isso por não fazerem uso do privilégio da oração, que Deus lhes conferiu. Por que deveriam os filhos e filhas de Deus ser tão relutantes em orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para abrir o celeiro do Céu, onde se acham armazenados os ilimitados recursos da Onipotência? Sem oração constante e diligente vigilância, estamos em perigo de tornar-nos descuidosos e desviar-nos do caminho verdadeiro. O adversário procura continuamente obstruir o caminho para o trono da graça, para que não obtenhamos, pela súplica fervorosa e fé, graça e poder para resistir à tentação.”
“Há certas condições sob as quais podemos esperar que Deus ouça nossas orações e a elas
atenda. Uma das primeiras delas é sentirmos nossa necessidade de Seu auxílio. Ele prometeu: “Derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca.” (Isa. 44:3) Os que têm fome e sede de justiça, que anelam a Deus, podem estar certos de que serão satisfeitos. O coração tem de estar aberto à influência do Espírito; ao contrário não pode ser obtida a bênção de Deus.”
“Nossa grande necessidade é ela mesma um argumento, e intercede muito eloquentemente em nosso favor. Temos, porém, de buscar ao Senhor a fim de que faça essas coisas por nós. Diz Ele: ‘Pedi, e dar-se-vos-á’ ‘Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?’ (Mat. 7:7; Rom. :32).
“Se atendermos ainda à iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado
consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração da alma penitente e contrita será sempre
aceita. Depois de termos reparado todas as faltas de que temos consciência, poderemos crer que Deus atenderá às nossas petições. Nossos próprios méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Cristo que nos salvará, Seu sangue é que nos purificará; nós, porém, temos uma obra a fazer para cumprir as condições da aceitação.”
Outro elemento da oração perseverante é a fé. ‘É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam’ (Heb. 11:6). Jesus disse a Seus discípulos: ‘Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis’ (Mar.11:24). Cremos em Sua palavra? A certeza que Ele nos dá é ampla, ilimitada; e fiel é Aquele que prometeu. Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de vistas que às vezes pedimos coisas que não nos seriam uma bênção, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem – aquilo que nós mesmos desejaríamos se com vistas divinamente iluminadas, pudéssemos ver todas as coisas como elas são na realidade.
Quando nossas orações ficam aparentemente indeferidas, devemos apegar-nos à promessa; pois virá por certo a ocasião de serem atendidas, e receberemos a bênção de que mais carecemos. Mas pretender que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido particular que desejamos, é presunção. Deus é muito sábio para errar, e bom demais para reter qualquer benefício dos que andam sinceramente. Não receeis, pois, confiar nEle, ainda que não vejais a resposta imediata às vossas orações. Apoiai-vos em Sua segura promessa: ‘Pedi, e dar-se-vos-á’ (Mat. 7:7).
“Se tomarmos conselho com as nossas dúvidas e temores, ou procurarmos solver tudo que não podemos compreender claramente, antes de ter fé, as perplexidades tão-somente aumentarão e se complicarão. Mas se chegarmos a Deus convencidos de nosso desamparo e dependência, tais quais somos, e com humilde e confiante fé fizermos conhecidas nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, e o qual tudo vê na criação, governando a todas as coisas por Sua vontade e palavra, Ele pode atender e atenderá ao nosso clamor, e fará a luz brilhar em nosso coração. Pela oração sincera somos postos em ligação com a mente do Infinito. Não temos, no mesmo momento, evidência notável de que a face do nosso Redentor se inclina sobre nós em compaixão e amor; mas é realmente assim. Podemos não sentir Seu contato visível, mas Sua mão está sobre nós em amor e compassiva ternura.
“Quando chegamos a pedir misericórdia e bênçãos de Deus, devemos fazê-lo tendo no coração
um espírito de amor e perdão. Como poderemos orar: ‘Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores’ (Mat. 6:12), e não obstante alimentar um espírito de irreconciliação?”
“Se esperamos que nossas orações sejam atendidas, devemos perdoar aos outros do mesmo modo e na mesma medida em que esperamos ser perdoados. A perseverança na oração é também uma condição para ser ela atendida. Devemos orar sempre, se quisermos crescer na fé e experiência. Devemos ‘perseverar em oração, velando nela com ação de graças’ (Rom. 12:12; Col. 4:2). Pedro exorta os crentes: ‘Sede sóbrios e vigiai em oração’ (I Ped. 4:7). Paulo instrui: ‘As vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus’ (Filip. 4:6). ’Mas vós, amados’, diz Judas, ‘orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos na caridade de Deus’ (Judas 20 e 21). A oração incessante é a união ininterrupta da alma com Deus, de maneira que a vida de Deus flui para nossa vida; e de nossa vida refluem para Deus a pureza e santidade.”
“Há necessidade de diligência na oração; que coisa alguma dela vos detenha. Fazei todos os esforços para conservar aberta a comunhão entre Jesus e vossa própria alma. Procurai toda oportunidade para irdes aonde se costuma fazer oração. Os que estão realmente buscando a comunhão com Deus, serão vistos nas reuniões de oração, fiéis ao seu dever, e atentos e ansiosos por colher todos os benefícios que possam lograr. Aproveitarão todas as oportunidades de colocar-se onde possam receber raios de luz do Céu.”
“Temos que orar em família; e sobretudo não devemos negligenciar a oração secreta, pois ela é a vida da alma. É impossível a alma prosperar enquanto é negligenciada a oração. A oração familiar e a oração pública não bastam. Em solidão, abra-se a alma às vistas perscrutadoras de Deus. A oração secreta só deve ser ouvida por Ele – o Deus que ouve as orações.”
“Nenhum ouvido curioso deve partilhar dessas petições em que a alma assim depõe o seu fardo. Na oração secreta a alma está livre das influências do ambiente, livre de excitamento. Calmamente, mas com fervor, busca a Deus. Suave e permanente será a influência que emana dAquele que vê o secreto, e cujo ouvido está aberto para ouvir a prece que vem do coração. Pela fé calma e singela, a alma entretém comunhão com Deus e absorve raios de luz divina que a devem fortalecer e suster no conflito contra Satanás.” – Caminho a Cristo, capítulo 11, págs. 93-104.
“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam. Pensamentos elevados, nobres aspirações, claras percepções da verdade e dever para com Deus, serão seus. Ansiarão por pureza, luz, amor, por todas as graças do novo nascimento.” – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 112 e 113.
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