terça-feira, 30 de novembro de 2021

Daniel 16


"Venham,

todos vocês que estão com sede,

venham às águas;

e,

vocês que não possuem dinheiro algum,

venham,

comprem e comam!

Venham,

comprem vinho

e leite sem dinheiro e sem custo.”

Isaías 55:1



“Deus nos fala pela natureza e pela revelação, pela Sua providência e pelo influxo de Seu Espírito. Isto, porém, não basta; precisamos também derramar perante Ele o nosso coração. Para ter vida e energia espirituais, cumpre estarmos em real comunhão com nosso Pai celestial. Podem nossos pensamentos dirigir-se para Ele; podemos meditar sobre Suas obras, Suas misericórdias, Suas bênçãos; mas isso não é, no sentido mais amplo, comungar com Ele.”

“Para entreter comunhão com Deus, é preciso que tenhamos alguma coisa a Lhe dizer acerca de nossa vida.”

“A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebê-Lo.”

“A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele. Quando Jesus andou na Terra, ensinou a Seus discípulos como deviam orar. Instruiu-os a apresentar suas necessidades quotidianas a Deus, e lançar sobre Ele todos os seus cuidados. E a certeza que lhes deu, de que suas petições seriam ouvidas, constitui também para nós uma certeza. Jesus mesmo, enquanto andava entre os homens, muitas vezes Se entregava à oração. Nosso Salvador identificou-Se com nossas necessidades e fraquezas, tornando- Se um suplicante, um solicitador junto de Seu Pai, para buscar dEle novos suprimentos de força, a fim de que pudesse sair revigorado para os deveres e provações. Ele é nosso exemplo em todas as coisas. É um irmão em nossas fraquezas, pois ‘como nós, em tudo foi tentado’, mas, sem pecado como era, Sua natureza recuava do mal; suportou lutas e agonias de alma num mundo de pecado. Sua humanidade tornou-Lhe a oração uma necessidade, e privilégio.

“Encontrava conforto e alegria na comunhão com o Pai. E se o Salvador dos homens, o Filho de Deus, sentia a necessidade de orar, quanto mais devemos nós, débeis e pecaminosos mortais que somos, sentir a necessidade de fervente e constante oração!”

“Nosso Pai celestial está desejoso de derramar sobre nós a plenitude de suas bênçãos.

“É nosso privilégio beber a largos sorvos da fonte de Seu ilimitado amor. Como é de admirar, pois que oremos tão pouco! Deus está pronto para ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus filhos, e, contudo, há tanta manifesta relutância de nossa parte, para tornar conhecidas a Deus nossas necessidades!”

“Que pensarão os anjos do Céu, a respeito dos pobres e desamparados seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, pleno de infinito amor, se inclina anelante para eles, pronto para lhes dar mais do que sabem pedir ou pensar, e, contudo, oram tão pouco, e tão pouca fé exercem!” 

“Os anjos têm prazer em prostrar-se perante Deus; deleitam-se em estar em Sua presença. Consideram a comunhão com Deus como seu mais alto gozo; e, contudo, os filhos da Terra, que tanto precisam do auxílio que só Deus pode dar, parecem satisfeitos com andar sem a luz de Seu Espírito, a companhia de Sua presença.”

“As trevas do maligno envolvem os que negligenciam a oração. As sutis tentações do inimigo os incitam ao pecado; e tudo isso por não fazerem uso do privilégio da oração, que Deus lhes conferiu. Por que deveriam os filhos e filhas de Deus ser tão relutantes em orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para abrir o celeiro do Céu, onde se acham armazenados os ilimitados recursos da Onipotência? Sem oração constante e diligente vigilância, estamos em perigo de tornar-nos descuidosos e desviar-nos do caminho verdadeiro. O adversário procura continuamente obstruir o caminho para o trono da graça, para que não obtenhamos, pela súplica fervorosa e fé, graça e poder para resistir à tentação.”

“Há certas condições sob as quais podemos esperar que Deus ouça nossas orações e a elas

atenda. Uma das primeiras delas é sentirmos nossa necessidade de Seu auxílio. Ele prometeu: “Derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca.” (Isa. 44:3) Os que têm fome e sede de justiça, que anelam a Deus, podem estar certos de que serão satisfeitos. O coração tem de estar aberto à influência do Espírito; ao contrário não pode ser obtida a bênção de Deus.”

“Nossa grande necessidade é ela mesma um argumento, e intercede muito eloquentemente em nosso favor. Temos, porém, de buscar ao Senhor a fim de que faça essas coisas por nós. Diz Ele: ‘Pedi, e dar-se-vos-á’ ‘Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?’ (Mat. 7:7; Rom. :32).

“Se atendermos ainda à iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado

consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração da alma penitente e contrita será sempre

aceita. Depois de termos reparado todas as faltas de que temos consciência, poderemos crer que Deus atenderá às nossas petições. Nossos próprios méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Cristo que nos salvará, Seu sangue é que nos purificará; nós, porém, temos uma obra a fazer para cumprir as condições da aceitação.”

Outro elemento da oração perseverante é a fé. ‘É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam’ (Heb. 11:6). Jesus disse a Seus discípulos: ‘Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis’ (Mar.11:24). Cremos em Sua palavra? A certeza que Ele nos dá é ampla, ilimitada; e fiel é Aquele que prometeu. Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de vistas que às vezes pedimos coisas que não nos seriam uma bênção, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem – aquilo que nós mesmos desejaríamos se com vistas divinamente iluminadas, pudéssemos ver todas as coisas como elas são na realidade.

Quando nossas orações ficam aparentemente indeferidas, devemos apegar-nos à promessa; pois virá por certo a ocasião de serem atendidas, e receberemos a bênção de que mais carecemos. Mas pretender que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido particular que desejamos, é presunção. Deus é muito sábio para errar, e bom demais para reter qualquer benefício dos que andam sinceramente. Não receeis, pois, confiar nEle, ainda que não vejais a resposta imediata às vossas orações. Apoiai-vos em Sua segura promessa: ‘Pedi, e dar-se-vos-á’ (Mat. 7:7).

“Se tomarmos conselho com as nossas dúvidas e temores, ou procurarmos solver tudo que não podemos compreender claramente, antes de ter fé, as perplexidades tão-somente aumentarão e se complicarão. Mas se chegarmos a Deus convencidos de nosso desamparo e dependência, tais quais somos, e com humilde e confiante fé fizermos conhecidas nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, e o qual tudo vê na criação, governando a todas as coisas por Sua vontade e palavra, Ele pode atender e atenderá ao nosso clamor, e fará a luz brilhar em nosso coração. Pela oração sincera somos postos em ligação com a mente do Infinito. Não temos, no mesmo momento, evidência notável de que a face do nosso Redentor se inclina sobre nós em compaixão e amor; mas é realmente assim. Podemos não sentir Seu contato visível, mas Sua mão está sobre nós em amor e compassiva ternura.

“Quando chegamos a pedir misericórdia e bênçãos de Deus, devemos fazê-lo tendo no coração

um espírito de amor e perdão. Como poderemos orar: ‘Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores’ (Mat. 6:12), e não obstante alimentar um espírito de irreconciliação?” 

“Se esperamos que nossas orações sejam atendidas, devemos perdoar aos outros do mesmo modo e na mesma medida em que esperamos ser perdoados. A perseverança na oração é também uma condição para ser ela atendida. Devemos orar sempre, se quisermos crescer na fé e experiência. Devemos ‘perseverar em oração, velando nela com ação de graças’ (Rom. 12:12; Col. 4:2). Pedro exorta os crentes: ‘Sede sóbrios e vigiai em oração’ (I Ped. 4:7). Paulo instrui: ‘As vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus’ (Filip. 4:6). ’Mas vós, amados’, diz Judas, ‘orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos na caridade de Deus’ (Judas 20 e 21). A oração incessante é a união ininterrupta da alma com Deus, de maneira que a vida de Deus flui para nossa vida; e de nossa vida refluem para Deus a pureza e santidade.”

“Há necessidade de diligência na oração; que coisa alguma dela vos detenha. Fazei todos os esforços para conservar aberta a comunhão entre Jesus e vossa própria alma. Procurai toda oportunidade para irdes aonde se costuma fazer oração. Os que estão realmente buscando a comunhão com Deus, serão vistos nas reuniões de oração, fiéis ao seu dever, e atentos e ansiosos por colher todos os benefícios que possam lograr. Aproveitarão todas as oportunidades de colocar-se onde possam receber raios de luz do Céu.”

“Temos que orar em família; e sobretudo não devemos negligenciar a oração secreta, pois ela é a vida da alma. É impossível a alma prosperar enquanto é negligenciada a oração. A oração familiar e a oração pública não bastam. Em solidão, abra-se a alma às vistas perscrutadoras de Deus. A oração secreta só deve ser ouvida por Ele – o Deus que ouve as orações.”

“Nenhum ouvido curioso deve partilhar dessas petições em que a alma assim depõe o seu fardo. Na oração secreta a alma está livre das influências do ambiente, livre de excitamento. Calmamente, mas com fervor, busca a Deus. Suave e permanente será a influência que emana dAquele que vê o secreto, e cujo ouvido está aberto para ouvir a prece que vem do coração. Pela fé calma e singela, a alma entretém comunhão com Deus e absorve raios de luz divina que a devem fortalecer e suster no conflito contra Satanás.” – Caminho a Cristo, capítulo 11, págs. 93-104.

“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam. Pensamentos elevados, nobres aspirações, claras percepções da verdade e dever para com Deus, serão seus. Ansiarão por pureza, luz, amor, por todas as graças do novo nascimento.” – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 112 e 113.


@anisacheirodeafeto



Daniel 15

 

“Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito,

de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre?

Mas ainda que esta se esquecesse,

eu,

todavia,

não me esquecerei de ti.” 

Isaías 49:15



Você já imaginou se Deus estivesse perdido? No passado, Ele pareceu estar tão perdido que alguns até mesmo acreditaram que Ele estivesse morto. Se Deus não está perdido, por que é tão difícil encontrá-lo? Há vários anos, li uma carta escrita por um jovem em idade colegial, e jamais fui capaz de me esquecer do seu clamor por socorro:

“Muitos de nós, jovens fiéis, membros da igreja, estamos em uma situação desesperada. Temos uma grande, ampla e profunda necessidade que não está sendo satisfeita. Estamos morrendo de inanição porque não estamos sendo alimentados.” 

Por favor, leve-me a sério, porque sei do que estou falando. Jovens estão deixando diariamente a igreja, amargurados, desiludidos e sem esperança, enquanto outros nem mesmo consideram que tenham algo a ver com religião, porque não veem nela nada que os ajude.

“Não precisamos de mais sermões a respeito de testemunhar a outros. Reiteradamente nos é dito que devemos partilhar o evangelho, mas, ao responder a esse desafio, descobrimos que nada temos a dizer. Como podemos convencer outros a aguardar o retorno de Cristo, quando a maioria de nós nem O reconheceria se Ele viesse? Precisamos de alguém que nos fale acerca de Deus. Sabemos tudo a respeito de doutrinas e práticas da igreja.”

“Conhecemos muitas coisas, mas não conhecemos a Cristo. Nunca fomos apresentados a Ele, e a menos que Deus opere um milagre e Se revele a nós, jamais O conheceremos. “Por favor, ensine-nos a como conhecer a Deus e Seu caráter. Somos bebês espirituais. Precisamos de Jesus. Ansiamos conhecê-Lo. Mostre-nos, de sua experiência pessoal, como nos comunicarmos com Ele. Nossa maior necessidade é conhecer a Deus. Pode mostrar-nos como encontrá-Lo?” 

Esta interrogação sobre “como encontrar a Cristo” não se limita a jovens de 20 anos de idade. Pessoas que têm sido fiéis membros da igreja por 20 anos, também têm admitido a frustração ao tentar encontrá-Lo. Uma vez alguém descreveu deste modo o seu desespero: “Suponho que Deus nem mesmo sabe o meu endereço.”

É interessante notar que personagens bíblicos parecem ter tido a mesma dificuldade ao tentarem encontrar a Deus. Jó 23:3 ecoa o clamor desesperado de uma alma faminta: “Ah! Se eu soubesse onde O poderia achar!” Amós 8:12 fala de um grupo de pessoas correndo de mar a mar, do Norte até ao Oriente, procurando a Palavra do Senhor e não sendo capaz de achá-la. Não lhe parece isso desanimador? Tem-se a curiosidade de saber se é possível encontrar a Deus. É possível ao homem iniciar essa procura de Deus?

A Bíblia indica que alguns são bem-sucedidos nessa busca. Há uns poucos. Mateus 7:14 descreve dois caminhos que levam ao nosso último destino. Conquanto a maioria de nós siga o caminho largo, que conduz à morte, alguns logram encontrar o caminho estreito, que conduz à vida. Jesus afirma que, se buscarmos, acharemos descanso para nossa alma (Mateus 7:7; 11:29); e Deus promete que, quando O buscarmos de todo o coração, nós O acharemos (Jeremias 29:13), porque Ele não está longe de nós (Atos 17:27). É evidente, portanto, que existe apoio para buscarmos a Deus. Não temos de esperar que venha o pregador ou o pastor para convencer-nos de que necessitamos de Deus. Outros podem ser um auxílio em levar-nos a conhecer a Deus, mas a verdade é que Deus está sempre onde estamos; procurando atrair-nos a Ele, mesmo antes de gastarmos muito tempo e energia procurando-O.

Lembro-me das histórias que Jesus contou a respeito da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido (Lucas 15). Os publicanos e outros “pecadores” estavam se aglomerando em torno dEle, escutando avidamente Suas palavras. Nos arredores da multidão, os fariseus e doutores da lei, virtuosos aos seus próprios olhos, começaram a murmurar entre si, dizendo: “Este recebe pecadores e come com eles” (Lucas 15:2) Jesus respondeu com uma parábola que demonstra a grande verdade de que Deus nos está procurando e que Seus esforços superam nossas tentativas para encontrá-Lo. E há encorajamento nesta tríplice parábola, porque ela descreve mais do que o procedimento de um Deus que procura o homem.

Também nos fala da espécie de pessoas que Ele está procurando. Na primeira história, um pastor que possui cem ovelhas em seu aprisco, nota que está faltando uma. Em algum lugar no deserto, a ovelha estava perdida, e se fosse deixada ao desamparo

e sozinha, continuaria vagueando até morrer. Mesmo conhecendo a sua situação,

ela não sabia o caminho de volta.

Imediatamente, o pastor saiu para o deserto e a procurou até encontrá-la. Com grande regozijo, ele a levou para casa e reuniu seus amigos e vizinhos, dizendo: “Alegrai-vos comigo! Achei minha ovelha perdida” (Lucas 15:6).

Jesus deixou claro que a salvação não vem por buscarmos a Deus, mas da nossa reação à busca de Deus por nós. Precisamente como a ovelha, podemos saber que estamos perdidos, embora não saibamos o caminho de volta. Mas Deus sai à nossa procura. A segunda história contada por Jesus era acerca de uma mulher que possuía dez moedas de prata. Uma noite, ao contá-las, descobriu que estava faltando uma, perdida provavelmente em algum lugar dentro da sua própria casa.

Ela acendeu uma candeia e remexeu a casa, procurando em cada canto sua moeda perdida, em meio a toda a mobília e entulho da casa. A busca continuou porque não importa quão pequena fosse a moeda de prata, ela era ainda valiosa aos seus olhos.

Note que, ao invés de estar perdida nas montanhas ou no deserto, essa moeda estava perdida dentro de casa. A dracma nem mesmo sabia que estava perdida. Contudo, sua proprietária sabia melhor, e a procurou até achar. Ela então ofereceu uma festa para celebrar o achado da moeda. Jesus novamente ressaltou o fato de que o valor de uma alma jamais pode ser subestimado aos olhos do Céu.

Então Jesus concluiu Sua mensagem com a parábola do filho pródigo – um filho ingrato, que calculou deliberadamente a sua perdição. Retirou-se com tantas riquezas quantas pôde levar consigo e partiu para um país distante. Ali ele planejou perder-se, tentando esquecer-se do pai, tentando fugir. Por algum tempo, ele pareceu ter alguma medida de sucesso e encontrou amigos que o ajudaram a gastar desenfreadamente o seu dinheiro. Mas então chegou o dia em que ele se viu no final dos seus recursos. Gastou o seu casaco, o seu terno e o seu pulôver. Gastou sua camiseta e, finalmente, “quando caiu em si”, no chiqueiro, lembrou-se de todo o amor que seu pai lhe dispensava.

Aquele mesmo poder do amor estava atraindo-o de volta, e ele disse: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai” (Lucas. 15:18).

Existe perdão para o pecado deliberado? Perdoa Deus aos apóstatas que planejam se perder? Essa parábola indica que, mesmo que saibamos nosso caminho de volta, Deus ainda se acha cada dia no portão de entrada, esperando que o nosso vulto apareça na estrada. Ao avistar-nos, corre ao nosso encontro para dar-nos as boas-vindas, com grande regozijo e felicidade.

Nessas três ilustrações, Jesus demonstra a bondade e a amabilidade do Pai. Cada um de nós caiu em uma destas categorias, em alguma ocasião da nossa vida. Podemos saber que estamos perdidos e, contudo, não perceber o caminho de volta; podemos nem mesmo saber que estamos perdidos ou podemos, deliberadamente, planejar estar perdidos, mesmo sabendo o caminho de volta. Jesus nos assegura que Deus está procurando todas as três classes de pessoas.

Todos são valiosos e o Céu se regozija sempre quando qualquer indivíduo é salvo. Essa é a ocupação de Deus. Isso é o plano da salvação. Deus não é um Ser evasivo, que está brincando de esconde-esconde enquanto nosso destino eterno pende na balança. Não está procurando nos evitar.

Ao contrário, servimos a um Deus que nunca nos deixa vagueando e sozinhos; quer saibamos que estamos perdidos quer não, quer conheçamos o caminho de volta, quer não. Deus toma a iniciativa em cada caso, ficando conosco, atraindo-nos a Ele e esperando até que percebamos Sua presença. Continuamos a procurá-Lo porque Ele nos procurou primeiro. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro – todo o caminho de um mundo de glória para um mundo de pecado e dificuldades. Ele está sempre nos procurando. “Bem”, dirá alguém, “se Cristo nos está procurando, por que é tão difícil encontrá-Lo?” O problema tem sido sempre o mesmo, desde o princípio, quando o pecado entrou em nosso mundo. Não podemos achá-Lo porque gastamos a maior parte do nosso esforço e energias fugindo dEle, e às vezes fugimos mesmo depois de O termos achado.

Adão fugiu por entre as árvores e arbustos do Jardim do Éden, sabendo que Deus logo viria falar com ele, como fazia diariamente. Adão estava com medo de encará-Lo, depois de se rebelar contra Sua vontade. Finalmente, encontrou um denso matagal e se escondeu, esperando que Deus não o visse. Mas Deus veio correndo atrás dele.

Jacó fugiu de sua casa e de sua família para o deserto. Seu irmão estava a fim de matá-lo, e ele imaginou que sua vida estava prestes a terminar. Exausto, deitou-se na poeirenta beira de estrada, pondo uma rocha por travesseiro, e tentou dormir. Então viu a escada mística que ia da Terra ao Céu. Deus o estivera seguindo, e Jacó ficou emocionado com a percepção de que Deus ainda o amava, a despeito da sua perfídia.

Jonas também fugiu de Deus. Receoso de levar a mensagem a Nínive, ele fugiu. Dentro de um navio, em alto mar, ele pensava que finalmente havia logrado êxito em sua fuga, mas Deus o seguiu, até ao ventre do grande peixe. Saulo de Tarso tentou matar todos os cristãos de Jerusalém. Dali, partiu para Damasco, em uma ânsia de dar fim aos novos cristãos. Deus correu atrás dele, disposto a perdoar o passado e pronto a ajudar Saulo a construir nEle uma nova vida. Seguiu-o ao longo da estrada de Damasco, lembrando a Saulo a oração de um moribundo: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60). É muito difícil fugir de Deus, mas com frequência tentamos tudo que está ao nosso alcance, toda manobra e evasão, tentando deixá-Lo para trás. Em todos os casos, estamos realmente fugindo da mesma coisa – submissão. Estamos tentando evadir-nos daquele momento da verdade em que nos deparamos com a percepção de que somos incapazes de administrar a vida e as coisas da eternidade. Nosso ego e orgulho tornam muito difícil a rendição de nós mesmos. Nosso coração humanista prefere a religião do “faça-o você mesmo”, na qual confiamos em nossa capacidade e recursos inerentes. Queremos apoiar-nos em algo que possamos fazer, de sorte que inventamos toda sorte de meios para escapar da submissão.

Frequentemente, procuramos manter-nos ocupados com assuntos bastante legítimos, tais como estudos ou trabalho, para que não tenhamos de pensar seriamente nos temas do tempo, eternidade e relacionamento com Deus. Os estudantes de faculdade gostam de queixar-se a respeito de ter deveres demais para fazer e não ter tempo suficiente para cumpri-los. Mas rememorando os meus anos no colégio, acho que foram os dias mais despreocupados da minha vida, porque cada ano que passa traz mais deveres e responsabilidades, enquanto o tempo parece mover-se mais e mais rápido. Alguém me deu um livro com o intrigante título: Como Viver 24 Horas por Dia. Planejo lê-lo um dia. Ainda não o fiz porque não tenho tempo suficiente!

Se tentarmos escapar através dos deveres mundanos da vida, então nos tornamos absorvidos no prazer. Fugimos de nós mesmos e de Deus, sempre em grande atividade, em constante movimento, sempre à procura de mais uma excitação ou emoção para guardar-nos de pensar a respeito do futuro. Escapismo orientado para o prazer. Desenvolvemos uma espécie de síndrome para as eternas inquietações. Se não podemos encontrar suficiente atividade ou prazer para manter-nos ocupados, ficamos transtornados porque a pior tortura do mundo seria ter tempo para pensar em Deus e na eternidade. Embora nos queixemos de excesso de trabalho, estamos contentes porque isto ajuda a impedir que entreguemos o eu. Outra rota de escape é através da pseudo-religião. Revestimo-nos de toda a ostentação, exterioridades do comportamento e vocabulário religioso. Tornamo-nos peritos em simulação, em representação, em fingir que estamos perto de Deus, sendo que não estamos.

Quando não podemos aceitar um relacionamento pessoal de dependência de Deus, procuramos maneiras de evitá-Lo, que passem por meios de lembrar-nos dEle. Gostamos de passar uma grande parte do tempo discutindo, dissecando e analisando temas religiosos. Geralmente não há nenhum valor prático em tais especulações, mas exibem nossa ginástica mental e enganam a outros, levando-os a pensar que somos religiosos. O tempo todo, porém, mesmo enquanto deliberadamente estamos tentando fugir de Deus, Ele nos está seguindo, ficando por perto, ajudando-nos quando não o sabemos, guiando-nos quando não pretendemos. Ele permanece conosco, procurando uma oportunidade de permitir-nos saber que Ele nos ama e cuida de nós, mesmo enquanto estamos fugindo.

Todavia, há uma maneira ainda mais sutil de fugir de Deus, e desta nem sempre estamos cientes ou dispostos a admitir. Depois de percebermos nossa necessidade de Deus, ainda podemos tropeçar ante a ideia de submissão, de entrega, de sorte que procuramos forjar nossas próprias rotas de salvação. Tomamos a iniciativa na busca, imaginando que por nós mesmos somos capazes de achá-Lo. Muitos de nós tentamos efetuar mudanças comportamentais – algo tangível de ser realizado. Analisamos

a nós mesmos tentando buscar a Deus através da auto realização, usando a abordagem psicológica, sem Deus como seu centro e sem Cristo como modelo.

Tentamos renunciar a nossas práticas e hábitos pecaminosos, nossas más associações e nossa impiedade. Se tivermos sucesso em modificar o nosso comportamento, se somos bem-sucedidos em tornar-nos pessoas corretas, de princípios morais, então pensamos que encontramos a Deus. Às vezes cremos que encontramos a Deus quando temos apenas a devida combinação de ternos sentimentos e exaltações emocionais. Religião sensacional, não fundamentada na Palavra de Deus. Procuramos uma certa atmosfera e tentamos estar cercados pela devida espécie de pessoas. O sucesso em encontrar a Deus é medido pelo número de lágrimas derramadas, pelos calafrios que percorrem nossa espinha, as suaves luzes e a música que nos ajudam a sentir-nos religiosos. De algum modo, pensamos que, se tão somente pudermos conseguir o ambiente adequado, receberemos o suficiente de uma injeção espiritual que durará até ao próximo reavivamento emocional em algum lugar. E assim isto abrange todos os tipos de métodos de escape do momento da verdade em que percebemos a necessidade de rendição a Deus. Tentamos fugir respondendo a um chamado ao altar ou indo à igreja ou ao pastor. Tentamos esquivar-nos decidindo que nunca mais tornaremos a praticar certos atos. Fazemos todos os tipos de promessas e esforços, mas enquanto os dias passam, nosso quarto encontra-se vazio das marcas dos nossos joelhos e a capa da nossa Bíblia, em que são retratados a vida e o caráter de Jesus, acumula pó em nossas prateleiras. 

Devemos ter desejo por algo melhor do que o que estamos experimentando atualmente. Esse desejo não pode ser autogerado; pode vir unicamente de Deus, de Cristo e do Espírito Santo. Todos os três operam constantemente a fim de levar-nos a essa percepção. Em seguida, devemos adquirir conhecimento do plano da salvação. Isto é algo que Deus não nos forçará a aprender; temos de colocar-nos a nós mesmos no ambiente em que isto ocorre – onde quer que seja lida, falada ou ensinada a Sua Palavra. Deus não tenta empurrar pela nossa garganta o conhecimento do Seu plano de salvação. Frequentemente, os fanáticos correm adiante do Espírito Santo. Enquanto Ele fala num cicio tranqüilo e suave, com uma voz mansa e delicada, eles estão por aí surrando os outros com tábuas de duas por quatro polegadas, até que afugentam de Deus as pessoas. Mas Deus não é agressivo. Ele fica conosco, nunca nos forçando, mas jamais nos abandonando.

Quando fugimos, Ele vai atrás de nós. O terceiro passo para ir a Cristo é admitir que

estivemos correndo, tentando fugir dEle por toda sorte de caminhos. Se olharmos atentamente para nós mesmos, teremos de reconhecer nossa condição pecaminosa. Deus não opera em um vácuo; Ele nos ajuda a encarar-nos a nós mesmos, não a fim de demorar-nos em nossas imperfeições, mas para percebermos honestamente a nossa incapacidade, e então admiti-la sem escusas e álibis. 

O passo final para irmos a Cristo é o mais difícil de todos, e nesse ponto é que muitos de nós começamos outra vez a fugir. Devemos reconhecer que não temos nenhuma capacidade para mudarmos a nós mesmos. Embora Deus esteja correndo atrás de nós, Ele não pode ajudar-nos até que estejamos às portas de uma grande necessidade. E à semelhança do filho pródigo, geralmente não queremos ir a Jesus até que tenhamos esgotado todos os nossos recursos.

“O Senhor nada pode fazer para a restauração do homem enquanto ele, convicto de sua própria fraqueza e despido de toda presunção, não se entrega à guia divina. Pode então receber o dom que Deus está à espera de conceder. Coisa alguma é recusada à alma que sente a própria necessidade.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 300.

As pessoas que tentam encontrar a Cristo sem primeiro perceber sua grande necessidade dEle, sem perceber que seus próprios recursos não bastam, sempre terminam frustradas. Alguns têm de passar por agruras desnecessárias antes de admitir sua necessidade de Cristo, assim como não sentem a necessidade de fazer seguro até que sua casa pegue fogo. É o senso da necessidade que faz a diferença, e alguns nunca chegam ao ponto de se render, que é tudo o que diz respeito à entrega, à submissão e à renúncia.

Não espere até que você tenha passado por uma longa e difícil vida de sofrimento e problemas. Eu gostaria de convidá-lo a tirar sua Bíblia da prateleira, limpar-lhe o pó e ler cada dia um capítulo dos evangelhos sobre a vida de Cristo. Quando tiver terminado, inicie novamente, procurando novas ideias, orando sobre o que você tem lido. Dê a Deus uma oportunidade. Ele está constantemente à procura daquele momento em que você possa lhe dar uma abertura. Se você procura, de todo o coração, conhecer a Deus, certamente O achará, porque “jamais é proferida uma oração, por vacilante que seja, jamais uma lágrima é vertida, por mais secreta, e jamais alimentado um sincero anelo de Deus, embora débil, que o Espírito de Deus não saia a satisfazê-lo. Antes mesmo de ser pronunciada a oração, ou expresso o desejo do coração, sai graça de Cristo para juntar-se à graça que opera na alma humana.”– Parábolas de Jesus, pág. 206.

Sou grato por um Deus que está me procurando cada dia, e você? Quero permitir-Lhe que me pegue, que me ache, não apenas no início da minha vida cristã, mas ao longo de todo o caminho. Não quer juntar-se a mim na busca daquela experiência viva e pessoal com Ele?

“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam. Pensamentos elevados, nobres aspirações, claras percepções da verdade e dever para com Deus, serão seus. Ansiarão por pureza, luz, amor, por todas as graças do novo nascimento.” – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 112 e 113.


@anisacheirodeafeto





Daniel 14


“Assim,

aproximemo-nos de Deus com um coração sincero

e com plena convicção de fé,

tendo os corações aspergidos

para nos purificar de uma consciência culpada

e os nossos corpos lavados com água pura.”

Hebreus 10:22



Falar com Deus e ouvir a Sua voz deve ser a nossa primeira tarefa, nas primeiras horas de cada dia. O mandamento do Senhor para todos aqueles que desejam levar a sério o processo de amadurecimento espiritual é: “Consagre-se a Deus pela manhã. Faça disso a sua primeira atividade.” E ore: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.’ Essa é uma questão diária. Cada manhã consagre-se a Deus para esse dia.” – Caminho a Cristo, pág. 70.

“Qual é a razão por que não compreendeis a Minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a Minha palavra.” João 8:43.

“Então lhes disse: Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará.” Marcos 4:24.

“Amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à Sua voz, e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade.” Deuteronômio 30:20.

“Tende cuidado, porém, de guardar com diligência o mandamento e a lei que meu servo Moisés, servo do Senhor, vos ordenou: que ameis o Senhor, vosso Deus, andeis em todos os Seus caminhos, guardeis os Seus mandamentos, e vos achegueis a Ele, e o sirvais de todo o vosso coração e de toda a vossa alma.” Josué 22:5.

Cada dia Deus tem uma programação para minha vida. No começo do dia necessito conhecer por mim mesmo qual é a vontade de Deus em Sua Palavra para minha vida. Como descobrir a vontade de Deus para cada dia?

Vamos examinar algumas maneiras pelas quais podemos descobrir a programação de Deus para cada dia: oração, leitura da Palavra, ouvir e escutar e ouvir e obedecer.

Oração: Conversamos com Deus por meio da oração e respondemos ou reagimos ao que Ele nos fala por meio da Bíblia. Oração e estudo da Palavra são dois elementos inseparáveis e, quando me levanto, o maior desejo de minha alma deve ser o de ir à presença de Deus e saber qual é a programação para o dia na Bíblia, a Palavra de Deus.

Nesse encontro cada um é livre para conversar o que quiser com Deus. Todos temos diferentes necessidades e devemos colocá-las diante do Pai, com liberdade e profundo senso de necessidade. Nunca podemos deixar que sejam incluídos os seguintes elementos: gratidão, oferecer-se a Deus para que Ele o use, intercessão pela família e amigos que queremos alcançar com bênçãos por meio das nossas orações. Pedir ao

Espírito Santo que o guie, mediante a Bíblia, à programação de Deus para o seu dia.


Leitura da Palavra de Deus

Para ficarmos atualizados precisamos parar para ler ou ouvir. Deus nos dá a Sua Palavra, que apresenta a programação diária para cada filho. Nela está a orientação do Pai para neutralizar o programa do diabo para a vida do crente naquele dia.

Entender a vontade de Deus no começo de cada dia é vital para a vitória ou derrota, tanto no plano espiritual como no material. É o grau de informação e comprometimento om esse planejamento diário que vai determinar acertos e erros na vida, em todos os sentidos. Falando a respeito dessa necessidade, Cristo afirmou: “Errais não conhecendo as Escrituras e nem o poder de Deus.” Mateus 22:29. A falta de relacionamento diário com Deus, nas primeiras horas do dia, afeta nosso discernimento em todos os aspectos da vida.

Necessitamos ler o texto quantas vezes forem necessárias, devemos buscar entender corretamente o que Deus quer nos dizer; afinal, ali está o mapa do sucesso para aquele dia. O homem natural não entende as coisas do Espírito. Por isso, fiquemos atentos para que não nos enganemos. Acerca disso Jesus já havia prevenido aos discípulos: “Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Marcos 8:18.

E o apelo carinhoso d'Ele para cada filho, no início de cada dia, é: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apocalipse. 2:7.


Ouvir e Escutar

Em meio a tantas vozes, a que ou a quem temos dado mais atenção? A decisão de priorizar a que ou quem ouvir e escutar é nossa. Somos livres para escolher a que ou a quem damos mais atenção, mas não somos livres para escolher as consequências de nossa decisão.

Nada, neste mundo, deveria receber mais atenção do que a Palavra de Deus. Primeiro, precisamos escutar a voz de Deus, porque ela é a mais importante de todas as vozes. Vale ressaltar que não é suficiente apenas ouvir (sucessão de sons), necessitamos escutar (prestar atenção àquilo que ouvimos).

Neste momento ore a Deus e diga: Pai, eu quero ouvir a Tua voz em digital (clara, sem

ruído), dizendo o que queres de mim neste momento. Quero Te glorificar neste dia, pois para isso Tu me criaste. “Fala, Senhor, porque o Teu servo ouve.” Vou ler agora a Tua Palavra e quero Te ouvir com toda a atenção da minha alma.

“Feliz o homem que Me dá ouvidos, velando dia a dia às Minhas portas, esperando às ombreiras da Minha entrada.” Provérbios 8:34.

Amós profetizou: “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.” Amós 8:11.

Somente o pão espiritual que vem da Palavra de Deus pode satisfazer as necessidades essenciais da alma. O efeito do pão material passa rapidamente, mas o espiritual permanece para sempre.

No começo de cada dia, qual é o maior desejo do seu coração? Caso a resposta seja: Ir à presença de Deus e descobrir qual é a programação dEle para minha vida… Prossiga e aprofunde esse desejo. Se tal sentimento não está presente em sua vida, pare imediatamente e refaça as suas prioridades.

Alguém, certa vez, disse a seguinte frase: “Crise vai e crise vem, para se ver quem é quem.” Quanta verdade nesta afirmação! Quem não desenvolve o hábito de buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia em tempo de paz, vai buscá-Lo verdadeiramente em tempo de crise? Quem busca a Deus em primeiro plano ao levantar, estará melhor habilitado para vencer as crises do dia-dia e ser mais feliz.

“Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guarda as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.” Apocalipse 1:3.

Ouvir e Obedecer

Quando abrimos a Bíblia, estamos diante da palavra viva da Trindade e, como não podemos separar Deus de Sua Palavra, Ele também está presente olhando para você e vibrando por sua disposição de buscá-Lo. Neste momento solene e santo, precisamos atentar para as seguintes coisas:

1ª Fé

Esse é seu encontro com Deus, com Jesus e com o Espírito Santo. Sinta o abraço do Pai, a amizade de Jesus e o interesse do Espírito Santo de que você encontre o alimento necessário para a sua vida durante o dia. Procure visualizar esse quadro e crer no que está vendo e no que vai escutar com atenção.

Quando nos dispomos a buscar a Deus em primeiro lugar no início de cada dia, somos abençoados e transformados, pois achamos e contemplamos o próprio Jesus. Ele mesmo diz: “Eu amo os que Me amam; os que Me procuram acham.” Provérbios 8:17. “Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração.” Jeremias 29:13.

2ª Ouvir

Procure ouvir, com extrema atenção, cada palavra vinda do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há vida em cada palavra que Deus vai falar ao seu coração.

3ª Dialogar com Deus

Não somente ouça, fale também em oração. A cada mensagem ou palavras compreendidas, reaja, repita, mantenha um diálogo, agradeça, glorifique e vibre com a palavra que Deus colocou em seu coração. Comprometa-se em levar a sério o que está ouvindo. Lembre-se: estudo da Bíblia e oração devem andar juntos.

4ª Obedecer

O mandamento da Bíblia é claro e direto: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto; pois a si mesmo se contempla e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” Tiago1:22-24.

Cada dia devo propor ao meu coração honrar e glorificar a Deus. Caso não faça isso, o coração não vai levar a sério a programação de Deus para esse dia.

Conclusão

Assim como os contemporâneos de Cristo não entendiam a Sua linguagem, porque eram incapazes de ouvir o que Ele dizia, o que dizer da nossa geração? Não temos outra saída para entender as coisas espirituais sem sermos pessoas espirituais. 

Qual é a primeira tarefa de uma pessoa espiritual? Ir à presença de Deus na primeira hora do seu dia e procurar na Bíblia qual é a programação de Deus para aquele dia. Continuar na presença de Deus durante as atividades do dia. Onde você estiver dentro da programação divina para aquele dia, ali estará um adorador do Deus vivo. 

“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam. Pensamentos elevados, nobres aspirações, claras percepções da verdade e dever para com Deus, serão seus. Ansiarão por pureza, luz, amor, por todas as graças do novo nascimento.”

Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 112 e 113.


@anisacheirodeafeto



Daniel 13

 


“Como a corça anseia por águas correntes,

a minha alma anseia por ti,

ó Deus.”

Salmo 42:1


Deus me salva nas primeiras horas de cada manhã para que eu possa ser santo durante o dia. Sem o recebimento diário do poder que vem da Palavra, não conseguirei viver como filho de Deus, pois “a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12). Sem projetar em primeiro lugar o poder de Deus em minha vida, nesse dia serei controlado por minha tendência carnal.

Depois de meditarmos nos capítulos de Daniel, vamos desenvolver o hábito de buscar de Deus nas primeiras horas de cada dia para ser santo em todos os aspectos da vida cristã diariamente.

Salvação por um dia – o que a Bíblia fala a respeito deste assunto? Como o fato de que a salvação é por um dia deve afetar as minhas prioridades diárias? De onde vem esse princípio de que sou salvo dentro de uma unidade de tempo chamada dia?

No princípio, Deus agiu para colocar todas as coisas em ordem. “No princípio, criou Deus os céus e terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. Gên.1:1-2.

Assim como Deus agiu, no princípio deste mundo, para colocar todas as coisas em ordem, Ele também deseja agir no começo de cada dia para colocar em ordem nossa vida segundo a Sua vontade.

Vejas razões pelas quais devemos buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia.

1. Ele ordenou: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas.” Mat. 6:33.

Você deve acordar cada manhã respirando Jesus. Despertar com fome e sede da Palavra de Deus, assim como o corpo sente necessidade de ter a mais importante refeição pela manhã, da mesma forma o nosso coração necessita da primeira refeição espiritual antes de qualquer outra atividade.

Qual é o maior desejo de sua alma, todas as manhãs, ao se levantar? Caso o seu primeiro desejo não seja ir à presença de Deus para orar e estudar as Sagradas Escrituras, há algum errado em sua vida espiritual.

Jesus diz que Deus deve ser o primeiro. Então, quando se levantar, antes de tudo vá́ à presença de Deus para que sua alma receba poder para você ser santo durante aquele dia. Sem esse poder, esse dia será um fracasso em todos os sentidos.

Por que Deus deve vir em primeiro lugar? Caso você faça qualquer coisa, por mais simples que seja, logo que se levantar pela manhã, o seu coração vai traí-lo. Tudo o que nosso coração carnal deseja é que Deus seja colocado em segundo lugar. Quando isso acontece, ele o engana. Deuteronômio 11:16 diz que devemos ser cuidadosos para que nosso coração não nos engane. Ele é perverso e corrupto e devemos guardá-lo cuidadosamente, porque dele procede a saída da vida diariamente.

2. Deus tem um propósito diário para minha vida. O Salmo 139:16 diz: “Os Teus olhos me viram a substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado quando nenhum deles havia ainda.”

O que é planejamento? Dentre as várias definições de planejamento que existem, vamos considerar esta: planejar é dizer ou escrever antecipadamente o que se pretende fazer dentro de um determinado período de tempo.

No salmo que acabamos de ler, está clara a idéia de que Deus tem um planejamento diário para cada pessoa que deseja viver em santidade cada dia.

Quando me levanto pela manhã, minha primeira preocupação deve ser: qual é a programação de Deus para minha vida hoje? Onde está essa programação? O planejamento diário de Deus está no Livro dEle, a Bíblia. Nela está toda a Sua vontade para que meu dia seja abençoado e para que eu possa viver em santidade.

Como fazer para descobrir a programação de Deus para minha vida cada dia?

Quando me levanto pela manhã, antes de qualquer outra atividade, devo pegar minha Bíblia e, em profunda dependência de Jesus e livre de qualquer ideia preconcebida, devo pedir à pessoa do Espírito Santo que conduza minha mente a uma clara compreensão da vontade de Deus no Livro Sagrado, naquele dia.

Deixe Deus lhe falar e vá reagindo em oração à medida que a clara vontade dEle for revelada. Vamos imaginar que o Espírito Santo o conduziu ao Salmo 119 e, de repente, você sente algo diferente no 119:105. O que fazer? Em oração fale com Ele, diga que você O ama, glorifique o nome dEle, agradeça pela palavra que vai ser o seu guia durante aquele dia. Diga que, sem a luz que está à sua disposição, você cairia em muitos abismos, mas que você O louva porque, naquele dia, terá uma visão clara do caminho. Prossiga a leitura e, enquanto Deus fala pela Bíblia, fale com Ele em oração e, assim, o Espírito Santo vai lhe dar poder para você viver em santidade durante aquele dia.

O diabo também tem uma programação para a vida de cada pessoa. Em Mateus 6:34, lemos que “basta a cada dia o seu próprio mal”.

O objetivo do programa de Deus é neutralizar as estratégias do inimigo para a sua vida a cada dia. Você quer buscar Deus nas primeiras horas de cada dia e viver, ou quer ser escravo da maldade de Satanás para a sua vida a cada dia?

A falta de relacionamento diário com Deus afeta nosso discernimento em todos os aspectos da vida. 

3. O ser interior deve se renovar cada dia. O ensino da Bíblia é claro e direto: a salvação do poder do pecado é por um dia. A teoria de que “uma vez salvo, salvo para sempre” não é bíblica. As pessoas salvas da pena do pecado (por ocasião da aceitação de Cristo como Salvador) e que estão a caminho da eternidade ou da salvação da presença do pecado (quando Jesus voltar e nos transformar), têm que ter em mente que a salvação do poder do pecado é diária, e deve ser desenvolvida com temor e tremor a cada dia. Escutemos o que a Bíblia diz: “O nosso homem interior se renova de dia em dia.” 2 Coríntios 4:16.

“Dia após dia, morro” (1 Coríntios 15:31), para que possa “aperfeiçoar a minha santidade no temor de Deus.” 2 Coríntios 7:1.

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos12:2.

“Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o dia que se chama hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo poder do pecado. Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração.” Hebreus 3:13 e 15.

“Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis agora, o tempo sobremodo opor- tuno, eis agora o dia da salvação.” 2 Coríntios 6:2.

“Santificai-vos hoje, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.” Josué 3:5.

4.  Para ter paz e alegria no coração. Jeremias 15:16: “Achadas as Tuas palavras, logo as comi; as Tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo Teu nome sou chamado, ó Senhor, Deus dos Exércitos.”

Três questões merecem nossa atenção neste versículo:

4.1. Achadas as Tuas palavras – Achar pressupõe o quê? Para achar, preciso procurar; então, quando me levanto pela manhã, a palavra não vai me procurar, mas eu é que devo procurá-la. Tenho que buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia, e isso não deve ser uma busca superficial, mas de todo o meu coração. Jeremias caracteriza o tipo da busca: “Buscar-Me-eis e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração.” Jeremias 29:13. A minha alma necessita do Salvador cada manhã; sem Ele, ela fica vazia, desordenada e sem direção.

4.2. Logo as comi – Não é suficiente dizer que a palavra é importante, que é boa, que é divina, que salva. É preciso comer a palavra, colocar o alimento divino no meu coração. Somente assim, seus nutrientes entrarão na corrente sangüínea da alma e passarei a ter vida e energia do poder que vem de Deus, direto para minha vida.

4.3. As Tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração – Quem decide priorizar a busca de Deus nas primeiras horas de cada dia, vai ter paz e alegria no decorrer dele.

“Nas primeiras horas do novo dia, o Senhor despertava de Seu repouso e Sua alma e lábios eram ungidos de graça para que a pudesse transmitir a outros.” – Parábolas de Jesus, pág.139.

Andar com Deus e aprofundar nosso relacionamento com Ele é uma questão de vida e longevidade. Em Deuteronômio 30:20, lemos: “Amando ao Senhor, teu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e longevidade.”

Andar com Deus diariamente nos permitirá viver uma experiência espiritual real e autêntica. O recebimento do batismo diário do Espírito Santo traz em si toda a vida e o poder de Cristo que nos faz mais do que vencedores, em todas as circunstâncias.

Andar com Deus diariamente nos mantém ligados ao Céu e recebemos uma influência transformadora direta do Senhor Jesus Cristo. Viva esta experiência real com Deus hoje.

“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam. Pensamentos elevados, nobres aspirações, claras percepções da verdade e dever para com Deus, serão seus. Ansiarão por pureza, luz, amor, por todas as graças do novo nascimento.” – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 112 e 113.


@anisacheirodeafeto